09 outubro 2014

Entrega de casas à banca acelera até Setembro


Entre Janeiro e Setembro, as dificuldades em cumprir com o pagamento dos empréstimos levaram as famílias e promotores imobiliários a entregar 1.933 imóveis às instituições financeiras. Há um aumento de 4,5% face a 2013.
A entrega de imóveis ao banco por incapacidade de pagamento do crédito diminuiu no ano passado. Contudo, nos primeiros nove meses de 2014, voltou a aumentar. Segundo os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), registaram-se mais 84 dações em pagamento do que no mesmo período do ano passado.

Entre Janeiro e Setembro, foram entregues 1.933 imóveis às instituições financeiras, mais 4,5% do que nos primeiros nove meses do ano passado, marcando uma inversão da tendência registada em 2013. Este total representa uma média de 7,1 casas devolvidas ao banco por dia, desde o início do ano. No período homólogo, a média ascendia a 6,8 do imóveis por dia.

O litoral apresenta a grande maioria das situações de devolução de imóveis, de acordo com os dados da APEMIP. Quase 13% dos casos ocorreram no distrito de Leiria. Lisboa e Porto ocupam o segundo e terceiro lugares no "ranking" das regiões mais penalizadas pela dação em pagamento, com um peso de 12,47% e 11,49% no total dos imóveis entregues aos bancos, respetivamente. 

O aumento das dações em pagamento vem em linha com a evolução registada no malparado. Segundo os dados do Banco de Portugal, em Agosto, do total de empréstimos para a compra de casa própria, 2,46% estava em situação de cobrança duvidosa, o que representa um máximo histórico, isto apesar da evolução positiva registada na taxa de desemprego. Em Julho, o malparado pesava 2,43% neste segmento de crédito.

Longe do pico 

O nível de dações em pagamento aumentou, mas continua aquém do registado em 2012, quando foram entregues 4.400 imóveis aos bancos. Ou seja, mais do dobro do número de casas devolvidas no mesmo período de 2014. "Têm diminuído drasticamente", explica Luís Lima. O presidente da APEMIP diz que "os bancos passaram a olhar para essa questão de uma forma completamente diferente", demonstrando uma maior abertura através da renegociação dos contratos de crédito. 

Luís Lima realça ainda que atualmente, entre os ativos imobiliários que estão no balanço dos bancos, os de habitação "não têm qualquer expressão ou têm uma expressão muito pequena", pelo que a grande maioria dos imóveis deverá dizer respeito alojas ou escritórios. O presidente da APEMIP acredita que deveremos terminar o ano de 2014 com "bastante menos" dações em pagamento, em comparação com as 2.504 que se verificaram no ano passado. Segundo Luís Lima, chegaram a ser entregues nove mil imóveis por ano.

DAÇÕES CAEM PARA MENOS DE METADE DESDE 2012 
Número de imóveis devolvidos aos bancos 

Apesar do crescimento homólogo de 4,5% no número de imóveis devolvidos aos bancos, entre Janeiro e Setembro deste ano, a comparação face a 2012 é mais favorável. Neste período, as dações desceram para menos de metade.
  • Jan-Set 2012 = 4.400
  • Jan-Set 2013 = 1.849
  • Jan-Set 2014 = 1.933

Fonte: Negócios

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