08 julho 2014

Arrendamento: Alentejo tem as rendas mais baratas do país


Região concentra o maior número de casas com arrendamento inferior a 50 euros. Existem em Portugal 152 mil alojamentos arrendados por rendas inferiores a €50, um valor que representa 20% do total de 769 mil casas arrendadas existentes no país. A região do Alentejo é aquela onde se verifica a maior concentração de rendas baixas. Conclusões incluídas no Estudo Prospetivo do Mercado de Reabilitação Urbana e Guia de Boas Práticas, apresentado no Porto. 

Além da reabilitação, este livro que se alonga por mais de 200 páginas, reserva um capítulo ao mercado de arrendamento em Portugal. O estudo, encomendado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) analisa as dinâmicas deste mercado no qual, entre 2001 e 2011, o número de alojamentos arrendados e subarrendados cresceu de cerca de 722 mil para 769 mil. 

A análise feita pela equipa da FEUP coordenada por Isabel Breda Vázquez apurou, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística, que são as regiões do Alto Alentejo, Alentejo Central, Baixo Alentejo e Península de Setúbal que registam o maior número de casas arrendadas por valores abaixo dos €50 com valores percentuais entre os 24% para o Alentejo Central e 29% do Alto Alentejo. Já a pesquisa feita a partir de uma renda de €100 chegou ao número de 248 mil alojamentos, ou seja, cerca de 32% do total dos alojamentos arrendados. 

Almada com excesso de casas 

Os "alojamentos vagos" são outra referência analisada no estudo da AICCOPN. São 106 mil casas, das quais 40% estão no mercado para serem arrendadas enquanto 60% destinam-se exclusivamente para venda. Para os vagos, que estão disponíveis para arrendar, destacaram-se recentemente duas zonas da grande Lisboa: Almada e Sintra. Conclui o estudo que "por entre os casos mais expressivos de aumento do peso do arrendamento no mercado de habitação surge Almada, onde a percentagem de alojamentos vagos para arrendamento subiu em 10 anos, de 2001 para 2011, de 21% para 46%, e Sintra onde a percentagem de alojamentos vagos para arrendar subiu de 16% para 43%". 

Por tipo de arrendatário, verificou-se que a zona norte litoral é aquela que apresenta menores taxas de alojamentos arrendados a famílias com uma pessoa, sendo de salientar a zona do Tâmega, por exemplo, com um valor de 16% para este indicador. Já na Grande Lisboa e até ao Sul do país, as percentagens de alojamentos arrendados a uma só pessoa ultrapassam os 30%. 

Quanto à percentagem de contratos de arrendamento com mais de 20 anos, a Península de Setúbal bate a Grande Lisboa e o Grande Porto. Em 2011, existia um total de 263 mil contratos de arrendamento celebrados antes de 1991. Em percentual comparativo, Setúbal tem no seu mercado de arrendamento 42% de casas com contratos antigos, com mais de 20 anos, em contraponto com a Grande Lisboa com 41% e o Grande Porto com 40%. 

Com contratos antigos ou recentes, a realidade é que o mercado de arrendamento em Portugal é ainda pouco representativo e o percentual de casas arrendadas não excede em região alguma mais de 30%, aparecendo a Grande Lisboa e o Grande Porto, com respetivamente 30% e 28%. Por municípios e além da capital e da Invicta são ainda de destacar a este nível Guimarães, Faro e Braga.

Fonte: Expresso

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