20 abril 2014

Construção e imobiliário criam 17 mil empregos


Construção e imobiliário criam 17 mil empregos
Nos primeiros três meses deste ano foram criados 17 mil novos postos de trabalho no setor da construção e do imobiliário. Os números apurados pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), a que o Expresso teve acesso englobam toda a fileira do sector desde os projetistas aos construtores, passando pelos fabricantes de materiais de construção aos serralheiros ou aos mediadores imobiliários.

O impulso dado à reabilitação, toda a dinâmica provocada pelos vistos gold, o incremento no sector da hotelaria com a multiplicação de novos espaços de turismo, dos hotéis aos hostels, provocaram grandes mexidas em todo o sector e a vários níveis. Mas não só. "Tem-se falado muito dos vistos gold e da compra de casas pelos chineses mas pouco se tem falado de outro tipo de investimento estrangeiro (que também inclui capital chinês e não só) e que se refere especificamente à construção de fábricas e armazéns", diz Reis Campos, presidente no da CPCI.

"Estão a aparecer muitas encomendas privadas de investidores estrangeiros", sublinha, e também empresas de diferentes sectores de mercado, que estão a apostar em Portugal e a expandir as suas instalações, construindo de raiz. "A confederação tem um conjunto de empresas associadas, construtores tradicionalmente ligados às obras públicas, mas que agora estão dedicados a este tipo de obras, a maioria delas localizadas no norte", refere Reis Campos.

A alemã Continental Mabor, que investiu €15 milhões para a construção de um novo armazém "e está neste momento em construção", a Aspock (austríaca) que produz farolins para a indústria automóvel "e vai expandir para a zona industrial de Rebordões em Oliveira de Azeméis", um grupo empresarial chinês que vai instalar uma fábrica de laminagem de ferro, em Oliveira de Bairro, são apenas alguns dos exemplos referidos por Reis Campos, obras que estão a ser asseguradas por associados da CPCI. "São investimentos muito significativos e que não apareciam há dois ou três anos. Nessa altura, pelo contrário, ouvíamos falar em investimento estrangeiro que saía de Portugal".

Compromisso por cumprir 

A criação efetiva de emprego para a fileira da Construção e do imobiliário começou a sentir-se no último trimestre do ano passado. "Foram criados 15 mil postos de trabalho em todo o sector, mas foi um ano em que se perderam 21.900 postos de trabalho".

Mas os 17 mil novos postos de trabalho criados neste primeiro trimestre de 2014 vieram consolidar a tendência de inversão de mercado e reforçar o entusiasmo sentido no sector. No entanto, as empresas esperam pelo impulso maior por parte do Governo com o cumprimento na íntegra do "Compromisso para a Competitividade Sustentável da Construção e Imobiliário", assinado em março do ano passado.

O documento, que contém 52 medidas de promoção e desenvolvimento do sector, foi na altura 'selado' por Assunção Cristas e Álvaro Santos Pereira em representação do Governo. Das medidas então acordadas, cerca de metade já foram cumpridas, diz o responsável da CPCI. Entre as mais importantes contam-se, por exemplo, a lei das rendas, a aprovação da taxa liberatória e o recente regime jurídico para a reabilitação low-cost. 

Mas estão ainda por cumprir algumas medidas prioritárias, segundo este responsável. "Falta o financiamento à reabilitação, mas temos o compromisso do ministro Jorge Moreira da Silva de que deverá ser aprovado em breve. E muito importante para nós são também as verbas do QREN que ainda não foram usadas". Entre 2012 e 2013 foram lançados concursos de obra pública no montante global de €1,7 mil milhões e só foram adjudicados €1,3 mil milhões: A restante verba se não for utilizada ate 2015 será dada como perdida.

Para aquele que foi o sector mais afetado com a crise económica nos últimos anos este é, pois, um investimento que não pode ser desperdiçado. 

"Nos últimos cinco anos tivemos uma quebra de 44,4% na produção e o consumo de cimento contraiu-se 62,5%. Para se ter uma ideia, em 2013 foram licenciados apenas 7.537 fogos. Já em 2000 foram construídas 118 mi casas", enumera Reis Campos, acrescentando que apesar do stock das atuais 100 mil casas ainda por vender, já pouco resta nas zonas centrais de Lisboa e Porto.
Fonte: Expresso

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