16 abril 2014

Centros comerciais portugueses recuperaram em 2013


Um dos segmentos mais afetados pela crise, os centros comerciais parecem ter começado a inverter a tendência de retração em 2013. Também enquanto classe de investimento a nota é positiva, devolvendo o retorno mais elevado em Portugal.

De acordo com o IPD – Investment Property Databank, que apresentou os resultados do retorno do investimento imobiliário em Portugal na última quarta-feira, em Lisboa, o retalho foi a classe de imóveis que proporcionou retornos mais elevados aos investidores, devolvendo 1,6% em 2013, contra os 1,1% proporcionados pelos escritórios e 0,7% pelo industrial. 

No total, o imobiliário (incluindo todas os segmentos) devolveu 1,3% aos investidores. Conforme explicou António Gil Machado, vicepresidente do IPD Portugal e Brasil, “embora tenha sido a classe de ativos que sofreu maiores correções ao nível da valorização de capital, em compensação o retalho registou uma boa recuperação ao nível do retorno das rendas”, o que, na sua opinião, compensou “as perdas de valor e voltou a posicionar esta classe como uma das que devolve melhor retorno aos investidores”. Em todo o caso, o responsável lembrou que “houve aqui uma clara distinção entre os diferentes segmentos de centros comerciais, pois os que melhor resistiram foram os ativos prime, mais robustos ao nível das rendas e que estão nas melhores localizações. Os pequenos centros comerciais e os retail parks em localizações fora de Lisboa são, por oposição, os ativos de retalho que enfrentam maiores dificuldades”.

O Índice Imobiliário Anual IPD Portugal apurado para o ano de 2013 revela que o retorno das rendas de retalho neste ano foi de 6,4%, enquanto que a componente de valorização de capital foi de -4,5%. A 10 anos, o retalho continua a ser a classe de imóveis com melhor performance, devolvendo 5,7% aos investidores.

Em comentário a estes resultados, António Sampaio de Mattos, Presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), que integrou a mesa de debate no evento, notava que “estes resultados vêm confirmar aquilo que já sentimos no mercado de centros comerciais”. De acordo com este responsável, o desempenho deste mercado estabilizou no final de 2012, “confirmando que já tínhamos chegado ao fundo”. Sampaio de Mattos adianta que as vendas nos centros comerciais têm vindo, desde o primeiro trimestre de 2013, a registar aumentos, tendo o ano fechado mesmo com crescimento positivo nas vendas dos centros comerciais. Além disso, “o tráfego também tem vindo a melhorar sucessivamente”. Por isso mesmo, o presidente da APCC está convencido de que “2014 vai ser um ano de consolidação de crescimento dos centros comerciais (em termos de desempenho) portugueses, o qual será mais acentuado que no ano passado. Por isso mesmo, crê que “a partir de 2015 se assistirá novamente a situações de solidez nos shoppings, como acontecia há alguns anos atrás”.

Os centros comerciais têm sido uma das classes de imóveis mais afetadas pela crise, sobretudo devido à redução do rendimento das famílias e do aumento do desemprego, o que fez recuar o consumo, com o respetivo impacto nas vendas dos lojistas, e na rentabilidade dos centros comerciais.

Face a esta conjuntura, muitos retalhistas adiaram planos de expansão, e em alguns casos, encerraram mesmo lojas. Da parte da oferta de espaços, os projetos de novos centros comerciais também ficaram em stand by ou foram mesmo cancelados e os promotores têm sido cautelosos.

Desde 2011 que não há inaugurações de novos centros comerciais, embora, de acordo com um relatório da consultora imobiliária JLL, estejam neste momento em fase de précomercialização três novos centros comerciais, numa área total de 148 mil m2, com aberturas previstas entre final deste ano e 2016. A mesma fonte dá nota de que o mercado de centros comerciais em Portugal apresenta um total de cerca de 2,8 milhões de m2 de área bruta locável em funcionamento, além dos retail parks e outlets, que fazem elevar para 3,6 milhões de m2 o stock de conjuntos comerciais no nosso país.

IPD vai ajudar empresas a calcular custos de ocupação em Portugal

O IPD vai trazer para Portugal o “IPD Occupiers”, apresentando no Verão o Código de Custos que permitirá às empresas portuguesas calcular os seus custos de ocupação, estimando os custos de ocupação de espaço por cada posto de trabalho. A novidade foi anunciada por António Gil Machado, vice-presidente do IPD Portugal e Brasil, que adiantou que, por alto, “o custo médio de ocupação por colaborador em Portugal deve rondar os 6.000 euros”.

Fonte: Público / Foto: António Pinto

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