06 dezembro 2013

Dívida deixam centros comerciais na mão da banca


A redução no consumo, mas, especialmente, a construção em excesso e sem padrões de diversificação levaram à falência de alguns dos seus promotores.
Depois das casas, escritórios, lojas e unidades de turismo residencial, a banca acabou por ter que ficar também com alguns centros comerciais. É o caso do Ferrara Plaza, promovido pela Martifer, vendido à Imorendimento, dos Vivaci Guarda e das Caldas, da FDO, do Dolce Vita Braga, dos espanhóis da Chamartín, que agora está a ser comercializado e será gerido pela Sonae Sierra. Consideramos, nesta lista, apenas os maiores centros. 

As primeiras vítimas foram o Ferrara Plaza, em Paços de Ferreira, e o Évora Shopping, que foram executados pelo BES. Dois shoppings tiveram percursos diferentes: o Ferrara Plaza é um centro com oito anos, dedicado ao mobiliário, que sofreu com o crise que se instalou neste sector. A Imorendimento investiu na reformulação e aumentou as vendas, mas as dívidas eram grandes e o BES acabou por ficar com a sua propriedade. O Évora Shopping, promovido desde o início pelo Imorendimento, está, ainda, em construção e em fase de comercialização adiantada, prevendo-se, por isso, a sua conclusão e abertura. 

Também a falência do FDO, construtora de Braga, acabou por obrigar o BCP a ter de ficar com o Vivaci Guarda e o Vivaci Caldas, dois dos shoppings da marca que pertencia a um grupo que tinha em carteira uma dezena de projetos. Um terceiro, o Vivaci Mala, foi parar às mãos da CGD. A CGD é também a nova dona do Dolce Vita Braga, promovido pela Chamartín, um mega centro comercial com a abertura adiada há três anos. Apesar do evidente excesso de centros comerciais nesta região, o futuro do Dolce Vita Braga está nas mãos de um expert na matéria, a Sonae Sierra, que em breve promete novidades sobre a abertura. 

Nos últimos anos outros pequenos ativos comerciais foram executados pela banca. É o caso do Campera, o primeiro outlet a abrir em Portugal, a centro comercial Acqua Roma, na Avenida de Roma, em Lisboa, e, ainda, o antigo Beloura Shopping.

O que fazer aos ativos comerciais

Na opinião de Pedro Rutkowski, CE0 do Worx, "o imobiliário não é o core business das instituições financeiras pelo que não foz parte das suas funções a gestão dos activos, nem têm equipas vocacionadas para este fim pelo que a sua estratégia passa ou pela alienação dos ativos (só possível com elevados descontos) ou pela colocação dos ativos em fundos de reestruturação". Acrescentando que "estes fundos foram constituídos com equipas próprias, muitos dos quais com profissionais com expertise no imobiliário mas que recorrem a profissionais em áreas específicas imobiliárias, dado a especificidade e/ou dimensão de alguns imóveis". 

Assim, no opinião do CEO do Worx, cada ativo é único pelo que não existe uma estratégia comum para a sua reestruturação. No entanto, no nosso entender, "o importante é fazer uma análise crítica preliminar ao ativo, perceber qual o ponto de partida, o seu valor atual, estádio de desenvolvimento para que fundamentadamente se possa definir a estratégia de médio-longo prazo que permita acrescentar valor ao ativo e a resolução dos problemas de base que lhe eram subjacentes".

Fonte: Magazine Imobiliário

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