Portugal tem feito um esforço no sentido de garantir progressivos níveis de eficiência energética dos edifícios que, ao mesmo tempo, assegurem as exigências de qualidade e de conforto.
Vivemos numa década na qual um terço do consumo de energia e emissões de CO2 são precedentes dos imóveis em que trabalhamos ou habitamos. Estes dados não podem deixar-nos indiferentes. Por esse motivo, Portugal tem feito um esforço no sentido de garantir progressivos níveis de eficiência energética que, ao mesmo tempo, assegurem as exigências de qualidade e de conforto dos edifícios. Esta preocupação é crescente e representa novos desafios para a sociedade.
Este contexto é cada vez mais favorável à implementação de políticas e instrumentos de apoio, tal como a reabilitação urbana, o certificado energético de edifícios e a etiquetagem energética de produtos. Os consumidores necessitam de apoio para melhorar a eficiência energética nas suas casas e são necessárias ferramentas para os ajudar.
Um parque edificado degradado
A Europa tem mais de 200 milhões de edifícios que representam 30% do consumo de energia dos Estados membros, e metade destes edifícios tem mais de 45 anos. Por este motivo, torna-se importante apostar na sua reabilitação e eficiência energética. O potencial de poupança energética está estimado em 30%, que representa, simultaneamente, uma possibilidade de poupança e uma possibilidade de dinamizar a economia e criar postos de trabalho. Alcançar este objetivo significa contribuir para um parque edificado mais sustentável e equilibrado, permitindo uma maior qualidade de vida e a redução da fatura energética dos consumidores.
Existe um potencial grande de reabilitação de habitações em Portugal, pois nas últimas décadas a política que tem sido seguida foi de incentivo à construção nova, o que de alguma forma fez com que os centros urbanos perdessem residentes e os seus edifícios mais antigos ficassem degradados. Mesmo os edifícios das décadas de 60 a 80 apresentam um estado de conservação preocupante, pois as famílias não conseguem suportar os custos de manutenção exigidos.
Com base na certificação energética dos edifícios, a maior e mais fiável base de dados de edifícios em Portugal, verificamos que temos 4 milhões de fogos com desempenho energético reduzido onde mais de 85% dos edifícios construídos, antes de 1999, são classe energética C ou inferior. Com base no cadastro de cerca de 600 mil frações com certificação energética efetuada por peritos qualificados independentes, verifica-se que foram registadas mais de 1 milhão de medidas de melhorias, apresentadas no certificado energético (CE) como forma de alerta ao proprietário com as ações que pode efetuar para melhorar o desempenho energético da sua fração. O CE pode ter um papel muito importante no desencadear do processo da pequena reabilitação.
Promover a reabilitação urbana
A reabilitação urbana é uma prioridade estratégica para Portugal e essencial para atingir estas metas. Esta aposta é um dos caminhos para fazer face ao atual contexto económico e financeiro e representa uma clara oportunidade de melhorar a qualidade e sustentabilidade do ambiente construído, vital para a qualidade de vida dos portugueses, para promover as nossas empresas, bem com para a identidade e competitividade estratégica do nosso país.
Uma boa reabilitação energética permite, entre outras coisas, ganhar conforto na habitação, aproveitar potencial de redução de consumos, vender ou arrendar de forma mais célere e diferenciada e reduzir impacto ambiental dos edifícios.
As ferramentas disponíveis e o contributo da ADENE
Como vista à promoção da reabilitação urbana existem políticas e iniciativas de incentivos a nível nacional e local, tendo a ADENE dado um forte contributo para o setor e seus beneficiários, através dos seus sistemas e plataformas: Sistema de Certificação Energética dos Edifícios, SCE, www.adene.pt; Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos, SEEP, www.seep.pt; simulador casa+, www.casamais.adene.pt; plataforma solarpt – informação e monitorização; formação técnica, Academia Adene, www.adene.pt; Fundo de Eficiência Energética, FEE, fee.adene.pt.
Pretende-se que estas plataformas sejam um ponto de encontro entre os consumidores e os profissionais do setor, que quebrem barreiras, promovam o diálogo e fomentem a confiança entre todos os envolvidos, pois só, desta forma, será possível promover o mercado da reabilitação em Portugal. São muitos os desafios que Portugal e o setor da construção têm pela frente, mas são mais as oportunidades para a afirmação e reforço da dimensão energética na construção, reabilitação e utilização dos edifícios. Cabe a todos continuar a dinamizar este sector.
Radiografia do setor da reabilitação:
- Mais de 200 milhões de edifícios na Europa
- 50% dos edifícios com mais de 45 anos
- Edifícios representam 30% do consumo de energia
- Potencial de poupança energética de 30%
- A reabilitação é essencial para atingir as metas europeias 20-20-20
Fonte: Público
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.