27 setembro 2013

Mais vale casa segura…


... do que sinistro por pagar. Em tempo de crise, proteger a habitação tornou-se num imperativo ainda mais forte, ou não tivessem muitos portugueses consciência de que dificilmente teriam condições financeiras para suportar os gastos decorrentes de eventuais sinistros que destruíssem o seu lar
É preciso fazer as contas. Pagar o prémio do seguro multirriscos habitação é penoso numa conjuntura tão difícil como aquela que atualmente sobrecarrega tantos portugueses. Mas não pagar o prémio de seguro significa correr o risco de sofrer um sinistro que obrigue a enfrentar uma conta bem mais avultada que a do prémio da apólice do seguro. E perante esta dúvida, muitas famílias preferem jogar pelo seguro... e pagar o seguro.

Subscrever um seguro de multirriscos habitação é, para grande parte das famílias portuguesas, assegurar a proteção do bem em que mais investiram ao longo da vida. "O contexto de crise trouxe consigo uma lógica de otimização dos custos das famílias, reforçando a necessidade de salvaguardar o que é mais relevante do ponto de vista pessoal e patrimonial, onde se inclui naturalmente a sua casa", confirma Rita Sambado, diretora de Marketing da Fidelidade, em declarações ao OJE. "A tendência que temos observado é de um maior interesse por parte das pessoas por esta solução, procurando perceber, no seu caso em particular, o que está incluindo e o que está ainda por proteger na sua habitação", acrescenta Rita Sambado.

"O grande impacto revela-se ao nível da proteção do conteúdo das casas, tema que não tinha sido até agora motivo de grande preocupação por parte das famílias, mas que neste novo enquadramento começa a ter uma maior relevância", revela também a diretora de Marketing da Fidelidade. "Acreditamos que esta situação se justifique também, em parte, pela necessidade de salvaguardar eventuais riscos que possam acontecer no futuro, que no caso da habitação são muito concretos - roubo ou incêndio - já que a capacidade financeira das famílias para salvaguardar estas situações diminuiu", explica Rita Sambado. 

Com efeito, nunca tanto como agora se assistiu a tanto interesse por parte dos cidadãos em aprofundar os seus conhecimentos sobre o seguro multirriscos habitação. Percebendo a sua débil situação económica, querem ter a certeza de que eventuais sinistros estarão cobertos pela apólice que pagam anualmente, evitando surpresas desagradáveis no momento mais inoportuno. Uma preocupação que abrange não só a estrutura do imóvel, mas cada vez mais se alarga também ao recheio das habitações, onde mobiliário, eletrodomésticos e aparelhos eletrónicos são muito valorizados pelas famílias.

O desconhecimento sobre as coberturas da apólices de seguro para habitações e respetivos recheios é, efetivamente, uma falha que abrange muitos portugueses. E é importante saber que as garantias da apólice estão classificadas de acordo com a origem do sinistro e não pelo tipo de bens seguros. Assim, o mesmo eletrodoméstico pode estar coberto pelo risco de incêndio ou dano por água, mas não estar protegido pela cobertura de furto ou roubo ou ainda pela cobertura de riscos elétricos, explica Helder Castro, da Direção de Design e Gestão de Produtos da Liberty Seguros. É precisamente a cobertura de riscos elétricos que habitualmente levanta mais dúvidas junto dos segurados. Nem todos sabem que esta cobertura apenas garante o pagamento de uma indemnização pelos danos causados por aparelhos, instalações elétricas e seus acessórios em caso de sinistro causado por efeito direto da corrente elétrica, tal como um curto circuito, um aumento de intensidade ou tensão ou a queda de um raio, mesmo que deste não resulte uma incêndio.

À procura de preço baixo

Recente é também a tendência de subscrição de seguros multirriscos habitação junto de companhias que operam exclusivamente em canal direto, ou seja, que vendem seguros através do telefone e internet. Depois do seguro automóvel, este foi um dos seguros que as operadores diretas procuram disponibilizar aos seus clientes e os anúncios de preços baixos e subscrições simplificadas parecem ter convencido um número crescente de clientes. 

José Pedro Inácio, diretor-geral da Logo, explica que este "é um cliente que procura a conveniência e simplicidade nos processos, que valoriza a transparência na subscrição das apólices e em simultâneo um serviço de qualidade, em que a rapidez tem primazia". As operadoras chamam-lhe "smartshopper" e em paralelo a todos estes requisitos, este perfil de cliente procura também aumentar os seus níveis de poupanças neste tipo de serviços, pelo que o preço baixo se tornou numa variável crucial para a tomada de decisão.

Também nas operadoras diretas, a tendência para segurar imóvel e recheio é uma realidade que tem vindo a ganhar contornos cada vez mais vincados. "É muito homogénea a procura para segurar quer o imóvel (o bem de maior valor para a família), bem como todos os investimentos que realizaram para mobilar e equipar a sua habitação no sentido de gerar valor e conforto à sua família", constata José Pedro Inácio, que até agosto havia registado um crescimento de mais de 50% nos prémios do seguro multirriscos habitação da Logo. 

"A justificar este incremento acreditamos que está a cada vez maior preocupação dos portugueses em segurar o seu maior investimento, a habitação e o seu recheio. A consciência de que a casa é o grande investimento das famílias é cada vez mais evidente e, desta forma, a necessidade de segurar estes bens torna-se uma prioridade", aponta o responsável da operadora de canais diretos do grupo Espírito Santo. "Não será também alheio a esta situação o facto da cobertura contra incêndio em propriedade horizontal ser obrigatória por lei, o aumento do número de fenómenos naturais e as crescentes preocupações com a segurança, bem como o facto da maioria das habitações ter recheio cujo valor seja igual ou superior a 25 mil / 50 mil euros", conclui José Pedro Inácio.

Fonte: OJE

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