05 novembro 2017

Profissionais do imobiliário podem aumentar 50% em 2018


Nos primeiros seis meses do ano, o sector imobiliário criou 20 mil novos postos de trabalho. No próximo ano, o número de profissionais deverá continuar a crescer. Os números têm várias fontes, mas todos confirmam o mesmo: o sector imobiliário nacional vive um dos seus melhores momentos desde a crise, com impacto visível na criação de emprego. Luís Lima, presidente da APEMIP — Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária em Portugal avança números redondos ao referir que em Portugal operam atualmente 3.500 empresas de mediação e o sector viabilizou, nos primeiros seis meses deste ano, a criação de 20 mil novos postos de trabalho.


Já a consultora JLL confirma no seu último “Market Pulse” uma aceleração de crescimento do mercado imobiliário nacional, no terceiro trimestre deste ano. Uma dinâmica que é transversal à habitação, ao retalho e à hotelaria e que garantiu à consultora um crescimento da sua atividade em dois dígitos.

Entre as mediadoras, a convicção é de que 2018 será um ano de crescimento nos negócios e no número de profissionais, que estão também cada vez mais qualificados, fruto das exigências de um mercado fortemente concorrencial. João Apolinário, diretor de Recursos Humanos e Expansão da RE/MAX Vantagem avança mesmo “um crescimento de 50% no número de profissionais do sector, durante o próximo ano”. Parte das vagas a criar na sua empresa estarão já disponíveis na feira virtual de recrutamento imobiliário do Expresso Emprego — a Real Estate Job Fair Expresso Emprego — que decorre de 6 a 12 de novembro. Os últimos dois anos de forte dinâmica do sector contribuíram, segundo o diretor de RH da rede imobiliária, para instituir um novo paradigma de carreiras entre os profissionais do imobiliário. “O sector tem atraído inúmeros novos profissionais, e despertado a curiosidade de perfis de outras áreas”, explica João Apolinário.

A RE/MAX Vantagem contratou nos últimos dois anos 420 profissionais. Só este ano já entraram na rede 260 novos colaboradores, “a maioria para a função de consultor imobiliário, mas também diretores comerciais, gestores, coordenadores de agência e gestores de crédito” e a empresa quer integrar, ainda este ano, 120 consultores imobiliários, seis gestores e quatro coordenadores. João Apolinário defende que “o talento não tem perfil”, mas reconhece que a crise levou vários profissionais altamente qualificados em áreas tão diversas como a saúde, engenharia, arquitetura, advocacia e gestão a procurar emprego neste nicho de mercado. “Ainda só não chegámos a ter médicos, mas acredito que os próximos anos poderão trazer também estes profissionais”, avança.

MAIOR PROFISSIONALIZAÇÃO

Ricardo Sousa, diretor-geral da Century 21 Ibéria, reforça a tendência de profissionalização que o sector tem evidenciado nos últimos anos. “O imobiliário, em particular a mediação imobiliária, tem registado uma forte profissionalização das suas estruturas, passando de uma lógica de autoemprego que caracterizava a maioria das empresas, para projetos empresariais de média e grande dimensão”, explica. A tendência criou, segundo o líder da Century 21 em Portugal e Espanha, muitas oportunidades de carreira em áreas como os recursos humanos, formação, solicitadoria, marketing, gestão de comunidades e de clientes e outras. Um contexto que leva o gestor a considerar expectável que o sector possa continuar a atrair um leque de profissionais cada vez mais diversificado e a criar novas oportunidades. A Century 21 cria cerca de 600 oportunidades de trabalho a cada ano, seja pela abertura de novas unidades ou consolidação das existentes. Este ano, Ricardo Sousa deverá fechar as contas com mil vagas preenchidas na área dos recursos humanos, solicitadoria, direção comercial, gestão de clientes e marketing.

Sandra Soares, da consultora de recrutamento Brain Power (ex-Special Knowledge Group), reforça a transformação que o sector imobiliário sofreu nos últimos anos e que deverá continuar a sofrer. “As dinâmicas de renovação urbana, de novos empreendimentos e até de novos modelos de utilização do património estão a ser acompanhadas por uma igual atualização no perfil profissional de quem trabalha no imobiliário”, explica acrescentando que isto acontece “tanto a nível da consultoria comercial como do apoio logístico, do planeamento e execução técnica, suporte e manutenção de registos e também — de forma muito positiva — nas áreas de marketing e análise digital”. Argumentos que permitem a CEO da Brain Power antever o próximo ano como um período de consolidação e criação de emprego no setor imobiliário.

Uma perspetiva também corroborada por Pedro Mira Martins, diretor-executivo da Michael Page Property para quem “os índices de investimento privado permitem olhar para o futuro de forma um pouco mais otimista”. Para o especialista, Portugal está a conseguir consolidar a sua posição como uma economia em que é seguro e rentável investir. O mesmo responsável alerta contudo para “alguma dificuldade em recrutar profissionais qualificados e disponíveis para o setor da construção na área da reabilitação e edificação”.

Fonte: Expresso

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