31 outubro 2017

Subida dos preços das casas volta a acelerar


Os resultados do RICS/CI PHMS relativos a setembro de 2017 apontam para uma aceleração do crescimento dos preços habitacionais, com o saldo de respostas a apontar para um aumento recorde desde que o inquérito foi lançado (2010). A escassez de oferta continua a suportar esta tendência, com as novas colocações para venda no mercado a cair pelo sexto mês consecutivo. Da mesma forma, a falta de oferta no mercado de arrendamento continua a figurar como um dos principais fatores responsáveis pela subida das rendas.


No mercado de compra e venda, a procura por parte de novos compradores continuou a subir, com o ritmo de crescimento a corresponder basicamente ao do mês anterior. Tal foi acompanhado por uma quebra das novas colocações em oferta, estendendo-se a tendência ininterrupta de decréscimo até a Abril deste ano. Posto isto, a quebra deste mês mostrou-se contida, uma vez que a tendência reportada para o Porto se apresentou mais ou menos estável. Entretanto, as vendas acordadas continuaram a subir em Setembro, tendo sido reportados acréscimos para todas as regiões cobertas pelo inquérito (Lisboa, Porto e Algarve). Olhando para o futuro, as expetativas relativas a vendas reforçaram-se ao longo do mês, alcançando a leitura mais elevada dos últimos cinco relatórios.

De acordo com Ricardo Guimarães, Diretor da Ci, “Os preços das casas estão agora a crescer em quase todos os concelhos. Esta é a principal diferença relativamente aos resultados anteriores quando, ao mesmo tempo, existiam alguns mercados com subidas de preços e outros em que estes se encontravam estabilizados ou mesmo com tendências ligeiramente negativas. Atualmente, os mercados periféricos encontram-se igualmente em terreno positivo. Estas localizações estão a beneficiar em especial da estabilidade da economia e do sistema bancário, que têm suportado um aumento dos novos empréstimos à habitação.”

O recorrente desencontro entre a crescente procura e a escassa oferta continua a exercer uma pressão para a subida dos preços das casas. De facto, cerca de mais 54% dos respondentes reportaram um aumento de preços em vez de uma diminuição no último inquérito, a leitura mais elevada desde o seu lançamento em 2010. Para os próximos 12 meses, os inquiridos continuam na expetativa de que a taxa global de crescimento dos preços residenciais se situe em cerca de 4%. As expetativas a 5 anos permanecem ainda relativamente fortes, com os respondentes a contarem com um crescimento médio anual de cerca de 5%.

Finalmente, o índice de confiança nacional (um indicador composto que agrega expetativas de curto prazo relativas a preços e vendas) subiu para os 41 pontos em Setembro após ter atingido os 30 pontos em Agosto, figurando esta como a leitura mais acentuadas dos últimos dos 5 meses. 

Considerando o mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários cresceu ao ritmo mensal mais elevado (em termos de saldo de respostas) desde Setembro de 2016, enquanto a oferta por parte dos proprietários continuou a decrescer a uma taxa significativa. Com este desequilíbrio que não dá sinais de diminuir, as rendas voltaram mais uma vez às fortes subidas. Olhando para o futuro, antecipa-se um acréscimo das rendas ainda mais acentuado para os próximos 3 meses, embora se espere que o número de novos contratos de arrendamento diminua ligeiramente.

Na opinião de Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, a queda ao longo do último ano, de 2% da taxa de desemprego em Portugal, "figura-se como uma das quedas mais significativas entre os estados membros do euro. A sólida criação de emprego continua a conduzir a um aumento da confiança, que se reflete em perspetivas otimistas relativamente ao crescimento das vendas em todo o mercado imobiliário.”

Fonte: Ci

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