26 setembro 2017

Escritórios. Escassez de oferta mantém-se nos próximos dois anos


Apenas 10.800 m2 chegarão ao mercado este ano e outros 11.000 m2 estarão disponíveis em 2018. A escassez de espaços de qualidade no mercado de escritórios permanecerá um problema nos próximos dois anos. Segundo a consultora CBRE, apenas 10.800 m2 chegarão ao mercado em 2017 e, considerando os projetos em construção, apenas outros 11.000 m2 estarão disponíveis em 2018, na Torre de Lisboa (Fontes Pereira de Melo 41) e no Espaço 7 Rios.


A nível de oferta destaca-se o início no final do primeiro semestre das obras de remodelação em quatro edifícios: três localizados no CBD1 (Barata Salgueiro 37, Miroir e Marquês de Pombal 14) e outro na Área de Expansão (Espaço 7 Rios), num total de 19.200 m2.

As obras nos edifícios localizados no CBD1 deverão estar concluídas no final do ano, embora devido a contratos de arrendamento em vigor, apenas 10.800 m2 estão disponíveis para arrendamento. Estes serão os únicos espaços de escritórios, novos/remodelados disponíveis em 2017, uma vez que os outros edifícios com conclusão prevista para este ano são projetos feitos à medida com contratos de arrendamento previamente negociados, refere a CBRE.

Em paralelo, a subida dos níveis de confiança no setor empresarial, retratada pelo aumento do emprego e do investimento, resultou num aumento muito significativo da procura líquida de escritórios. Segundo a Cushman & Wakefield, ao longo do primeiro semestre, 33% da área contratada em Lisboa teve por origem a expansão de empresas já instaladas ou novas empresas que escolheram a capital para implantar o seu negócio. Estas últimas representaram 13% da área ocupada, um dos valores mais altos de sempre e significativamente superior à média da última década, na ordem dos 7%.

Transações entre 100 e 500 m2

Por outro lado, os negócios de ocupação no primeiro semestre de 2017 retratam um maior peso de operações entre os 100 e os 500 m2, em comparação com o período homólogo de 2016, facto que se justifica, segundo a C&W, pela preponderância de novas ocupações ou negócios expansão de área.

Os dados da JLL, nos primeiros sete meses de 2017, dão registo de apenas duas transações envolvendo espaços superiores a 1.000 m² - ambas no Edifício Pórtico, nomeadamente a mudança de escritórios da HCCM (1.500 m²) e a expansão das instalações da Labco (1.170 m²) – a área média por operação fixou-se nos 462 m² em julho, baixando face aos 634 m² registados em junho. No acumulado do ano, durante o qual foram concluídas 149 operações, este indicador fixou-se nos 586 m².

Metade (50%) da área ocupada em julho localiza-se na Nova Zona de Escritórios (que abrange o eixo da 2ª Circular ao Campo Grande, passando por Sete Rios e a Praça de Espanha), seguindo-se depois as zonas do CBD (Central Business District) e do Prime CBD com, respetivamente, 20% e 19% da área ocupada.

No entanto, olhando para o acumulado do ano, a JLL nota que o Corredor Oeste continua a destacarse como o mais ativo, concentrando 26% da área colocada no mercado de Lisboa desde o início do ano, com o Prime CBD e a Nova Zona de Escritórios a concentrarem ambos fatias de 20%.

TMT’s & Utilities dominam

No que respeita à origem da procura, segundo os dados da JLL, os setores mais representativos no mês de julho foram o de Serviços a Empresas (29%), seguido do de TMT’s & Utilities (24%). Já entre janeiro e o fi nal de julho, quem liderou a procura foi o setor de TMT’s & Utilities, responsável por uma fatia de 21% da área ocupada, seguidos dos setores de Consultores e Advogados e Serviços Financeiros, com respetivamente 19% e 18% do total.

Olhando para o tipo de operação, o Office Flashpoint sublinha que 49% da área ocupada em julho corresponde a absorção líquida, assegurada pelas operações motivadas pela necessidade de Expansão de Área (42%) e pela entrada de novas empresas na Região de Lisboa (7%).

Os restantes 51% transacionados em julho dizem respeito à mudança de instalações. Esta última continua a ser o tipo de operação dominante em termos acumulados (61%), com as operações de expansão de área e a entrada de novas empresas na região a representar, respetivamente, 28% e 11% da absorção total deste ano.

Compressão das yield

Por outro lado, e contrariamente às expetativas partilhadas no início do ano, quando as taxas de juro da dívida pública a 10 anos ultrapassaram 4%, a CBRE evidencia uma compressão das taxas de rentabilidade (yield) no primeiro semestre. Nos escritórios verificou-se uma redução de 20 pontos base (p.b.) no CBD1 para 4,8%.

Relativamente às rendas prime, verificou-se durante o primeiro semestre de 2017 um aumento de 3% na renda de escritórios no CBD1 para 19€/ m2/ mês, após se manter estável ao longo de seis anos, aponta a mesma consultora.

A CBRE estima que no primeiro semestre foi ocupada em Lisboa uma área idêntica à registada no mesmo período de 2016 e 16% acima da média semestral dos últimos 10 anos.

Fonte: Público

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