15 agosto 2017

Famílias liquidam créditos da casa para pedir novos


Foram realizados mais reembolsos, no ano passado. E sete em cada dez serviram para liquidar totalmente o empréstimo. Com as taxas de juro em mínimos históricos, as condições para reembolsar antecipadamente os créditos à habitação são cada vez melhores. Prova disso é que, em 2016, se registaram mais de 85 mil reembolsos antecipados. E, destes, quase 70% foram totais, ou seja, liquidaram completamente o empréstimo. Em alguns casos, com o objectivo de pedir um novo crédito e, deste modo, tirar partido do maior dinamismo do mercado imobiliário e da abertura demonstrada pelas instituições financeiras.

Foram realizados 85.040 reembolsos antecipados, no ano passado, num montante total de 3,2 mil milhões de euros, segundo o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2016, publicado pelo Banco de Portugal a 4 de agosto. 

Foram realizados mais 28% reembolsos do que em 2015. Um aumento que ficou a dever-se "exclusivamente aos reembolsos antecipados totais, uma vez que o número de reembolsos antecipados parciais diminuiu entre 2015 e 2016", refere o relatório. Deste modo, cerca de 68% dos pagamentos antecipados foram totais, mais do que os 58% de 2015. Quase um quarto dos reembolsos totais foram de montantes inferiores a 13.091 euros, enquanto metade foram de valores inferiores a 35.918 euros. 

Haverá aqui o efeito de liquidação de financiamentos para a contratação de um novo. "O aumento dos reembolsos antecipados totais no crédito à habitação pode estar associado ao maior dinamismo do mercado imobiliário, uma vez que a troca de casa implica muitas vezes o reembolso total do crédito à habitação existente e a celebração de outro contrato para financiar a nova habitação", explica o Banco de Portugal.

Os reembolsos antecipados acabaram por ter um peso maior do que as novas contratações de crédito. No ano passado, foram assinados 57.912 empréstimos para a compra de de casa, num total de 5,5 mil milhões de euros. Aumentos de 34,2% e 39,6% face ao ano anterior, respectivamente.

"Apesar do aumento da contratação, os reembolsos antecipados e os vencimentos ocorridos em 2016 superaram o montante concedido em novas contratações, o que se traduziu numa redução do valor global da carteira no final do ano (88,4 mil milhões de euros, o que compara com 90,5 mil milhões de euros, em 2015)", sublinha o Banco de Portugal. Além disso, o número total de contratos também diminuiu 1,3% para 1,5 milhões.

Fonte: Negócios

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