16 agosto 2017

Crédito. Juros da taxa fixa cada vez mais perto da taxa variável


O "spread" médio dos novos empréstimos para a compra de casa, em 2016, ficou abaixo dos 2% pela primeira vez em cinco anos. Já a taxa fixa caiu para metade. A diferença encurtou-se, mas a taxa variável continua a dominar. O mercado do crédito à habitação continua a ser dominado pela modalidade de taxa variável. Mas, em 2016, as operações a taxa fixa mais do que duplicaram. Uma evolução que foi acompanhada da redução dos juros.


A taxa anual nominal caiu para metade e atingiu urna média de 2,2%. Já na taxa variável, o "spread" médio ficou pouco abaixo de 2%. A diferença entre ambas as modalidades de financiamento é cada vez menor.

Pela primeira vez em cinco anos, a margem média dos novos créditos à habitação ficou abaixo de 2%, em 2016, revela o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho, publicado pelo Banco de Portugal . Atingiu os 1,98%, o que compara com os 2,31% registados um ano antes e fica um ponto percentual abaixo do "spread" médio de 2014. Esta evolução é consistente com a redução das margens mínimas anunciadas pelos bancos nacionais nos últimos meses.

Já "nos contratos de crédito à habitação celebrados em 2016, com taxa fixa e por prazo superior a cinco anos, a taxa anual nominal foi, em média, de 2,2%, metade do observado em 2015", sublinha o Relatório do Banco de Portugal: Trata-se, assim, de uma diferença de 2,2 pontos-base entre as taxas de juro das duas modalidades de financiamento. A mais baixa em, pelo menos três anos, uma vez que o Banco de Portugal apenas divulga estes dados para a taxa fixa desde 2014. A diferença entre os juros, em 2015, foi de 209 pontos-base e, um ano antes, atingiu os 242 pontos-base. 

A modalidade de taxa fixa tem sido uma das grandes apostas das instituições financeiras nos últimos meses, de modo a fazer face aos valores negativos atingidos pelas Euribor. E a reduzida diferença agora atingida pode aumentar a atractividade da contratação deste tipo de empréstimos, protegendo as famílias da subida das Euribor. Até porque a maioria dos contratos tem taxa fixa por um prazo de cinco anos ou mais e o mercado actualmente desconta que as Euribor apenas se mantenham abaixo de zero até 2019.

Esta forte descida dos juros na taxa fixa traduziu-se num crescimento expressivo dos novos contratos, que mais do que duplicaram face a 2015. Dispararam 164,5%. Já nos empréstimos a taxa mista, modalidade em que parte do crédito decorre a taxa fixa e a outra parte a taxa variável, cresceram 95,2%. Depois deste crescimento, os contratos a taxa fixa representaram, em 2016, 4,9% dos novos empréstimos. Isto porque a grande maioria dos financiamentos foi feita a taxa variável. Esta modalidade representou 83,4% das novas operações. Neste caso, o principal indexante utilizado foi a Euribor a 12 meses. Representou 85,3% dos novos créditos, o que compara com o peso de 25% que teve em 2015.

Olhando para o saldo total dos créditos à habitação, e não apenas para as novas operações realizadas, existiam, no final do ano passado, 1,5 milhões de empréstimos para a compra de casa. Destes 96,4% são a taxa variável e mais de metade (51%) tem como indexante a Euribor a 6 meses. A taxa fixa representa 1,7% e a taxa mista pesa 1,9%.

Fonte: Negócios

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