15 agosto 2017

Brexit criou "condições excecionais" para investir em Portugal


Londres vai receber a 1ª Feira de Investimento de Imobiliário e Turismo dedicada a Portugal. Já estão confirmados mais de 500 milhões de euros de projetos portugueses na capital britânica. Jorge Cerveira Pinto, responsável pela organização da Ia Feira de Investimento Imobiliário e de Turismo no Reino Unido dedicada a Portugal, garante que os ingleses continuam a ser um dos principais clientes do mercado imobiliário português. Contudo, alerta que é necessário agilizar a burocracia, simplificar os processos, garantir que os mesmos são rápidos e que acrescentam valor ao processo de tomada de decisão dos investidores.


Até ao momento já estão confirmados mais de 500 milhões de euros de projetos portugueses. A feira que irá se realizar em Londres, entre os dias 20 e 21 de outubro deste ano no Business Design Centre, vai contar com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral e da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

O Real Estate and Tourism Investment Trade Show será direcionado aos investidores britânicos e de outros países - Europa, Médio Oriente e Ásia, presentes em Londres. Decorre em paralelo com a 2ª edição do encontro de negócios The Portuguese Offer e conta com o apoio da AICEP Portugal Global e da Portuguese Chamber of Commerce no Reino Unido, assim como a AECOPS, Associação Portuguesa de Bancos, Associação Portuguesa de Gestores de Golfe ou Associação Portuguesa de Resorts.

O responsável assegura que existe um enorme interesse por oportunidades de investimento em Portugal e, "finalmente, foram criadas condições em termos de modelo de negócio que permitem pensar este projeto a longo prazo".

Cerveira Pinto revela que o Brexit criou "condições excecionais", pois "muitos ingleses pensam agora aumentar a sua presença noutros países, principalmente na Europa continental, como forma de se protegerem de algumas consequências mais negativas que possam advir do Brexit. Por outro lado, os ingleses sempre foram grandes investidores em Portugal".

No entanto, alerta que para Portugal aproveitar bem este momento, tem de ser profissional e dinâmico, e criar condições para que de forma rápida e simples se possa aproveitar esta abertura e perceção de que o nosso país é uma boa aposta. "E, neste aspeto, ainda continuamos, nomeadamente em termos de investimento em projetos imobiliários e de turismo, a ter níveis de burocracia e essencialmente uma lentidão de processos que desagrada particularmente aos investidores estrangeiros. Mais importante do que simplificar os processos, é garantir que os mesmos são rápidos e que acrescentam valor ao processo de tomada de decisão. Muitas vezes ficamos com a impressão de que nem sempre este é o caso", admite.

Localização de Londres é estratégica

A localização em Londres é estratégica para a organização. Jorge Cerveira Pinto lembra que a capital britânica é um hub internacional de negócios, com ou sem Brexit. "Em Londres, é possível reunir com investidores europeus, asiáticos, americanos e do Médio e Extremo Oriente, razão pela qual o evento procurará proporcionar aos investidores destas regiões a operar no Reino Unido o encontro com projetos imobiliários e de turismo em Portugal", esclarece.

O responsável adianta que as potencialidades do nosso país são muitas, oferece excelentes condições de competitividade e atratividade para o investimento: estabilidade sociopolítica e segurança, serviços relativamente desenvolvidos, boas infra-estruturas de transporte aéreo, marítimo e terrestre e atrativas taxas de retorno a médio e longo prazo. "E, naturalmente, não podemos esquecer as relações estratégicas que temos como estado membro da UE, com África, América do Sul e Ásia. Somos, assim, um excelente destino para múltiplos investidores internacionais", admite.

Uma vez que o evento é exclusivamente B2B para investidores, e que cada um deles terá uma proposta de reuniões definida antecipadamente, a organização espera atrair cerca de 100 investidores institucionais, o que inclui representantes de fundos de investimento, de bancos, gestores de fortuna e de investimento, investidores familiares e alguns grandes investidores individuais. Em termos de afluência durante os dois dias, espera ultrapassar os mais de mil visitantes, mas a prioridade é o programa dos investidores convidados e a sua relação com os expositores. Cerveira Pinto adianta que o sucesso deste evento será medido em negócios concretizados e em reuniões bem sucedidas "e, para isso, às vezes basta uma única reunião".

Depois de Londres, a organização adianta que irá realizar a segunda edição em Londres em 2018, tal como a primeira edição em São Paulo (Brasil), e em 2019 terá lugar a primeira edição no Dubai, Emirados Árabes Unidos, conjuntamente com Londres e São Paulo.

Fonte: Fernanda Pedro, O Jornal Económico

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