15 julho 2017

Três mil milhões em Projetos de Interesse Nacional


Os empreendimentos turístico-imobiliários, designados também de resorts regressam em força, atualmente estão 14 em desenvolvimento em Portugal. Os resorts ou empreendimentos turístico-imobiliários foram uma das razões do grande desenvolvimento imobiliário na viragem do novo século e milénio, a maioria considerados de Projetos de Interesse Nacional – PIN. Durante a crise, a maioria que estava em construção ou em vias disso parou e muitos ainda em projeto acabaram por não sair do papel. Entretanto, com a confiança e o otimismo de regresso ao país, eis que voltam os resorts, sobretudo, com a expetativa da entrada, cada vez maior, de investimento estrangeiro.


Segundo informações fornecidas pela secretaria de Estado do Turismo, liderada por Ana Mendes Godinho, estão neste momento em desenvolvimento 14 projetos PIN turismo. Nenhum deles em Lisboa ou no Porto e quase todos (exceção de um) envolvem camas turísticas. Num investimento global na ordem dos três mil milhões de euros, serão criados cerca de 19 mil postos de trabalho e mais 47 mil camas turísticas.

Se antes os portugueses eram também investidores nestes produtos, agora são raras exceções, sendo os estrangeiros os que mais procuram o turismo residencial. De acordo com um estudo da APR – Associação Portuguesa de Resorts e da PwC, os novos residentes estrangeiros em Portugal, terão representado uma entrada de capital de mais de 4.600 milhões de euros, criado ou preservado 60.000 postos de trabalho, gasto 1.000 milhões de euros em serviços, consumos e manutenção, e pago 250 milhões de euros em impostos diretos. “No caso dos resorts, estes números são ainda maiores já que o preço médio das residências é bastante superior à média da generalidade das vendas”, revela Pedro Fontainhas, diretor exectutivo da APR.

De facto, estamos novamente numa nova fase do turismo residencial, Eduardo Abreu, director geral da Neoturis, revela que a partir de 2013/14, ainda que de forma lenta, verifica-se alguma recuperação no mercado. Por via de tentativa de joint ventures ou venda dos projetos a investidores internacionais, pelos promotores originais, bancos ou veículos criados para parquear esses ativos, o mercado reanimou. “Acreditamos estar agora no início de um novo ciclo de desenvolvimento, já com obra no terreno em 2016 e 2017. Acrescido também pelo forte interesse de cadeias hoteleiras internacionais em projetos em Portugal, facto que mobiliza também investidores”, assegura.

Apesar de se localizarem em todas as regiões do país, existe um maior interesse no Algarve e no Litoral do Alentejo. “Também a região Oeste regressa ao radar dos investidores. Outras regiões, como o Douro ou o interior do Alentejo apresentam procura, mas de nicho e não para resorts de grande dimensão”, esclarece Eduardo Abreu. Contudo, Pedro Fontainhas, assegura que a APR tem vindo a demonstrar, aos compradores que nos procuram, “que viver num resort em Portugal é uma experiência muito desejável. É viver em total segurança, com a manutenção do imóvel assegurada, todos os serviços complementares à disposição, num ambiente selecionado, mas aberto e com grande proximidade da população e da economia local”.

Quanto aos preços, os especialistas revelam que depois de uma queda é natural que se verifique agora uma subida, contudo, o responsável da Neoturis salienta que a tendência é agora de subida lenta, embora da escassez de produtos de qualidade já construídos para venda possam resultar preços elevados em novas promoções. Já o diretor executivo da APR assegure que que não deve ser confundido com subida de preços, é que temos em Portugal uma oferta de cada vez maior qualidade e dirigida a uma clientela mais informada, sofisticada e exigente.

Fonte: Jornal Económico

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