04 julho 2017

Escassez na oferta de habitação vai continuar a determinar subida do preço das casas


De acordo com o último Portuguese Housing Market Survey, a falta de oferta de habitação continua a ser um dos principais fatores a influenciar o aumento dos preços, num cenário de crescimento da procura. Segundo o inquérito mensal de confiança realizado pela Confidencial Imobiliário (Ci) e pelo RICS junto de mediadores e promotores imobiliários, para os próximos 12 meses, os inquiridos preveem um aumento dos preços das casas em torno dos 4% a nível nacional, expetativas que se robustecem num horizonte a 5 anos, no qual se espera um aumento médio de 5% ao ano.


A pressão sobre a oferta voltou a acentuar-se em maio, com as colocações de casas para venda a cair nos dois últimos meses, sendo a região do Algarve aquela que reportou a quebra mais significativa. Ao mesmo tempo, as vendas acordadas continuaram a subir pelo 16º mês consecutivo e a procura por parte de novos compradores também manteve um crescimento sólido, sendo Lisboa a região onde se verificou um aumento mais expressivo desta procura. Já em termos de vendas, todas as três regiões (Porto, Lisboa e Algarve) registaram aumento de transações e espera-se que esta tendência se mantenha nos próximos meses.

Ricardo Guimarães, Diretor da Ci, revela que para os agentes inquiridos, “a escassez da oferta é a principal restrição à sua atividade e também o principal fator que está a determinar a evolução dos preços. Esta situação deverá dominar as tendências nos próximos meses”. Por outro lado, o responsável adianta que “os preços estão a começar a subir de forma generalizada em todo o território nacional e já não só nas principais cidades, o que pode induzir um ponto de viragem no mercado. Ou seja, este contexto pode impulsionar o desenvolvimento e o financiamento de novas casas, reduzindo assim o desajustamento entre a oferta e a procura. Mas tal, vai demorar a acontecer".

Relativamente ao mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários também continua a crescer, embora tenha registado em maio uma ligeira desaceleração. Em sentido contrário, a oferta por parte dos proprietários, continua a cair de forma acentuada, um desequilíbrio que, tal como no mercado de compra e venda, tem mantido as expetativas relativas ao crescimento das rendas em alta.

Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, admite que “o crescimento do emprego acelerou em todos os setores da economia portuguesa nos últimos meses, com os números mais recentes a mostrarem uma subida anual superior a 3%. Este crescimento sustentado continua a suportar a atividade do mercado imobiliário e as perspetivas de um maior crescimento para o próximo ano parecem promissoras dada a atual conjuntura a nível macro".

Fonte: Jornal Económico

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.