03 abril 2017

Reabilitação aumenta e expande-se a outras zonas de Lisboa


De acordo com o estudo “Lisbon Residential Brick Index” da CBRE, a falta de edifícios por reabilitar no centro histórico de Lisboa leva a expansão para outras zonas da cidade. O número de projetos de reabilitação na cidade de Lisboa aumentou em 2016, de acordo com o mais recente estudo da CBRE. Ao longo do último ano foi transacionado um número significativo de edifícios para reabilitação, incluindo dois grandes portefólios adquiridos por um investidor estrangeiro internacional, os quais integram cerca de 30 imóveis localizados em Lisboa, conclui o “Lisbon Residential Brick Index” da consultora líder na prestação de serviços para o setor imobiliário.


“A cidade de Lisboa observou ao longo de 2016 um aumento significativo no desenvolvimento de novos edifícios residenciais. São predominantemente projetos de reabilitação, localizados no centro histórico e muito vocacionados para o turismo, na forma de arrendamento de curta duração, e para o mercado estrangeiro. No entanto, a construção começa a expandir-se para outras zonas da cidade, com um maior número de desenvolvimentos de construção de raiz e mais vocacionados para o mercado doméstico”, refere Cristina Arouca, Directora de Research da CBRE.

Reabilitação expande-se a outras zonas da cidade

Segundo o estudo da CBRE, começam a ser poucos os edifícios por reabilitar para venda no centro histórico, pelo que se prevê que se acentue a expansão da promoção para outras zonas da cidade e comecem a ser construídos mais projetos de raiz e com maior dimensão.

Atualmente encontram-se em construção mais de 180 edifícios, a maioria projetos de reabilitação (versus construção de raiz). Cerca de 100 deverão ficar concluídos até ao final de 2017, registando um aumento de 89% face ao ano passado e colocando no mercado mais de 1.000 novas frações.

A zona que concentra o maior número de edifícios em construção é a da Baixa e Castelo, ultrapassando o Chiado, Bairro Alto e São Paulo, com cerca de 40 projetos em curso. Acentuou-se igualmente a construção nas Avenidas Novas, Campo de Ourique, Estrela e Lapa, assim como Liberdade e Príncipe Real.


No total, a consultora líder mundial na prestação de serviços para o setor imobiliário estima que tenham sido concluídos cerca de 53 edifícios de habitação na capital do país, mais 13 que em 2015, colocando no mercado um número superior a 550 frações.

Comercialização de edifícios aumenta face ao ano passado

Do total de edifícios atualmente em construção, apenas cerca de 66 se encontram em comercialização, aproximadamente mais 25 que o verificado em 2015, colocando no mercado mais de 1.200 fogos. Contudo, do total de fogos concluídos em 2016 que foram alvo de comercialização ativa, somente 5% estão ainda disponíveis para venda, confirmando a elevada procura.

“À semelhança do verificado no ano anterior, o número de apartamentos de dimensões reduzidas, isto é, estúdios, T1 ou T2, continua a representar 65% da atual oferta em comercialização, confirmando o claro posicionamento para o investimento no mercado de arrendamento de curta duração, resultante do boom turístico a que se tem assistido na cidade”, afirma Francisco Sottomayor, Director de Promoção da CBRE.

Existem apenas 7 empreendimentos em construção e em comercialização com mais de 30 apartamentos, os quais, no entanto, totalizam um terço da oferta de novos apartamentos em Lisboa. 

O preço médio dos fogos em construção e comercialização é de 5.960€/m2, um valor 7% superior ao registado em 2015. A zona com o valor médio mais elevado é o Chiado, Bairro Alto e São Paulo, seguida da Avenida da Liberdade e Príncipe Real, com preços de 6.700€/m2 e 6.620€/m2, respetivamente. Pelo contrário, o Lumiar e Alta de Lisboa regista o menor valor com cerca de 4.100€/m2, situando-se 31% abaixo do valor médio de mercado.

Os valores máximos unitários mais elevados chegam a atingir os 12.000€/m2.

Verifica-se ainda uma valorização de cerca 1.4% no valor médio dos fogos em imóveis que integram edifícios concluídos face aos que ainda se encontram em construção, refletindo um acréscimo do valor nas últimas unidades a ser vendidas. Por outro lado, os imóveis que ainda se encontram em planta (não foi iniciada a construção), apresentam valores cerca de 7% superiores aos já concluídos, o que poderá evidenciar uma tendência de subida nos preços de habitação.


O “Lisbon Residential Brick Index” revela ainda que a oferta para arrendamento mantém-se muito reduzida levando a uma subida substancial dos preços. 

“Com a recente alteração à lei do alojamento local, nomeadamente no que respeita ao aumento da tributação deste negócio, é expectável que alguns imóveis que estavam a ser alocados ao arrendamento de curta duração sejam colocados em arrendamento habitacional, minimizando a atual escassez de oferta residencial para arrendamento”, conclui Francisco Sottomayor.

Valor dos arrendamentos em Lisboa subiu 23%

A CBRE evidencia ainda uma subida substancial nos valores de arrendamento, confirmada pelos dados do SIR, segundo os quais, o valor médio dos arrendamentos contratados na cidade de Lisboa em 2016, foi de 830€ mensais (10,6€ /m2/mês), revelando um acréscimo de 23% face ao período homólogo. Nos imóveis novos, este valor ascendeu a 1.070€ mensais (13,8€ /m2/mês). 

As zonas residenciais de Lisboa onde os valores de arrendamento são mais elevados são o Parque das Nações, com valores médios mensais de 1.080€ (11,9€/m2) e as Avenidas Novas com 998€ (11,8€/m2).

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