14 março 2017

Turismo impulsiona retalho no centro do Porto


Baixa da Invicta é a zona com maior incidência de procura de espaços comerciais. Turismo dinamiza segmento e faz antever crescimento de lojas de luxo. O Porto assistiu a um crescimento acentuado no segmento do retalho ao longo do ano de 2016, com mais incidência no comércio de rua. Este “mantém-se muito ativo nos primeiros meses de 2017”, refere Graça Cunha, responsável do departamento de comércio da Predibisa.


Tal facto deve-se, estima, não apenas “ao crescimento do consumo privado, mas acima de tudo ao incremento do turismo, sendo a baixa do Porto a zona com maior incidência de procura de espaços comerciais”, afirmou.

Também “a procura crescente de espaços focalizada em zonas de maior fluxo pedonal”, associada sobretudo “à passagem do turista”, aliada à “escassez de oferta e a reabilitação dos imóveis, tem determinado o aumento significativo e consecutivo do valor de renda”, salienta.

Na sua opinião, “os diversos pontos de interesse turístico”, sobretudo na baixa da cidade, “canalizam em muito a passagem por determinadas ruas, que passam a ter maior fluxo pedonal e por consequência maior exposição para o retalhista”. Porém, “a arquitetura dos imóveis” na Baixa do Porto, “a dimensão das fachadas e a dificuldade da sua alteração, na maioria dos casos, são fatores que condicionam a obtenção de grandes áreas comerciais”, adianta Graça Cunha.

Aumentos superiores a 30%

Assim, “a localização é sem dúvida a mais importante das variáveis e a que mais influência tem na procura”. Outras, como “a dimensão da montra, estado do imóvel, existência de infraestruturas para restauração e o valor da renda, determinam e condicionam o arrendamento”. Ao mesmo tempo, os centros comerciais “não deixaram de ser um polo de atração e um destino de compras”, dado” o seu vasto mix de lojas num espaço que proporciona conforto e estacionamento, na sua grande parte gratuito, onde o valor de rendas pouco aumentou”. Em contrapartida, “a subida das rendas de lojas de rua tem vindo a aumentar progressivamente. Num curto espaço de tempo assistimos em certas zonas a uma subida superior a 30% do valor de renda”, estima.

Dada “a persistente procura de espaços comerciais, nos contactos diários que recebemos para este setor e a inexistência de oferta para os satisfazer”, esta “é claramente insuficiente”. No entanto, sublinha, “ainda perduram na cidade muitos espaços ocupados por lojistas que mantêm um comércio de artigos desatualizados, mas que pouco a pouco, com a devida compensação, têm vindo a ser substituídos por lojas mais modernas e direcionadas sobretudo para esta avalanche turística que nos tem visitado”.

Em paralelo, “o crescente aumento de turistas é um fator impulsionador para o crescimento económico da cidade em variadíssimos aspetos” e, para Graça Cunha, “podemos afirmar que com os novos projetos que se encontram em desenvolvimento, como por exemplo na Avenida dos Aliados, quer no setor de hotelaria, quer de reabilitação de edifícios para residências de luxo, assistiremos muito em breve a um conceito inovador e um novo destino de lojas de marcas de luxo”, concluiu.

Fonte: Público

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