06 fevereiro 2017

Resorts apostados na promoção e consolidação do destino


Turismo residencial e resorts devem “aproveitar este momento de sucesso” para se consolidarem. Atravessando um momento francamente positivo depois de passada a crise, o mercado do turismo residencial e dos resorts em Portugal deve “aproveitar este momento de sucesso” para crescer e para “construir alicerces mais sólidos”, notou o presidente da direção da Associação Portuguesa de Resorts e CEO do Vale do Lobo durante a Conferência Nacional do Turismo Residencial e do Golfe.


Trata-se de um mercado que “tem sido muito beneficiado por um conjunto de fatores externos”, e “temos de pensar em como manter este ritmo”. Até porque este setor é um forte criador de emprego e dinamizador económico para as regiões onde os projetos se inserem e para o país como um todo, acredita.

Promoção é urgente

A promoção é considerada um dos principais desafios do setor para os próximos anos. Este mesmo responsável considera que o mercado precisa de ser “mais competitivo e de captar mais talento jovem”. Por outro lado, a promoção do destino e da marca Portugal no estrangeiro é considerada essencial. Instrumentos como os “golden visa” ou o Regime de Residentes Não Habituais já colocaram o nosso país no mapa internacional, mas não são suficientes.

Luís Araújo, presidente do Turismo Portugal, notou na ocasião que “estamos a fazer um excelente trabalho no turismo há vários anos, e hoje estamos a colher os frutos desse trabalho. Este sucesso também advém em grande medida da articulação e cooperação entre agentes públicos e privados”, lembrando para a estratégia Living in Portugal que já está posta em prática.

Mas ainda muito mais pode ser feito, segundo Diogo Gaspar Ferreira, o que passa por “integrar a promoção de uma forma única” e não cada promotor fazer a sua divulgação individualmente nas feiras internacionais, participação que é imperativa numa altura em que “já não se vende em stand, e sim lá fora”. Aqui o apoio público é essencial, pois “não temos capacidade financeira sem o Estado”, alertou este responsável. 

Mercado atrai novas nacionalidades

O mercado já “não está totalmente alavancado nestes dois regimes”, nomeadamente os “golden visa” e o Regime de Residentes Não Habituais. Quem o diz é Frederico Mendoça, Director Advisor & Transaction Services da CBRE. Segundo o qual o número de transações tem vindo a aumentar: 26 mil das 130 mil operações de compra de casa realizadas em Portugal em 2016 dizem respeito a estrangeiros, 7000 dos quais franceses.

Por outro lado, segundo o novo relatório da Confidencial Imobiliário, feito em parceria com a APR e o Turismo de Portugal, SIR-Turismo Residencial, apresentado nesta conferência, os compradores de turismo residencial no nosso país têm origens cada vez mais diversificadas.

O eixo entre Albufeira e Loulé é o principal mercado deste tipo de turismo no nosso país, concentrando a maior parte das vendas reportadas neste relatório. Entre o início de 2015 e o primeiro semestre de 2016 compraram aqui casa cidadãos oriundos de 18 nacionalidades diferentes.

Os concelhos de Albufeira e Loulé concentram 39% de toda a oferta do país, e registam um valor médio de oferta das moradias de turismo residencial de 4.870 euros/m². Aqui, os cidadãos do Reino Unido lideram com 64% das transações de estrangeiros, e um valor médio de transação de 1,78 milhões de euros.

Nas vendas a estrangeiros, a Ci evidencia ainda o Barlavento Algarvio e o Litoral Alentejano, com pesos de respetivamente 25% e 18% na stock de unidades residenciais em oferta para uso turístico. Em ambas as zonas, são os países do Norte da Europa os mais ativos, com 60% das vendas no conjunto das duas regiões, destacando-se os compradores franceses, com 23% do total.

Por outro lado, o valor médio por aquisição por estrangeiros é bastante mais baixo, situando-se nos 318 mil euros. Em termos de ticket médio, são os franceses a dominar a região, com compras médias em torno dos 342 mil euros. No Alentejo Litoral, os preços médios de oferta para as moradias de turismo residencial são de 2.480 euros/m2 e para os apartamentos de 3.780 euros/m2. No caso do Barlavento Algarvio, esses valores são de, respetivamente, 3.880 euros/ m2 e 2.500 euros/m2.

Fonte: Público Imobiliário

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