01 fevereiro 2017

Promotores olham cada vez mais para promoção nova em Lisboa


A promoção nova em Lisboa tem revelado interesse nos mais diversos segmentos, incluindo escritórios, hotelaria, residências de estudantes e também para habitação de gama média e média–alta. Depois de, nos anos mais recentes, a reabilitação de edifícios ter concentrado a maior parte do esforço de investimento em produção imobiliária na capital, a construção nova está a atrair cada vez mais promotores, atestam diversos operadores de mercado.


“Neste momento, existem múltiplas intenções de investimento em projetos de promoção imobiliária na zona de Lisboa”, garante Francisco Sottomayor, Head of Development da CBRE. Por um lado, este tipo de projetos (de construção nova) permite “desenhar o produto final com maior liberdade e, principalmente, permite aos promotores conseguirem projetos com maior escala”, explica aquele responsável. 


A própria conjuntura está também a favorecer o “renascimento” desta opção de produção imobiliária na capital, já que “a oferta de bons edifícios para reabilitar começa a escassear”, diz Fernando Vasco Costa, Head of Development Solutions da JLL, confirmando que “começa a sentir-se o interesse por parte dos promotores por lotes de terreno para construção nova”. 

Ana Gomes, Head of Industrial, Logistics and Land da Cushman & Wakefield, explica que “a falta de promoção nova nos anos mais recentes levou à redução da oferta de espaço moderno e de qualidade nas zonas mais centrais de Lisboa”, o que, associado, ao aumento da procura imobiliária, “tem incentivado o interesse por novos projetos em zonas mais nobres da cidade, mas fora do centro histórico”, num contexto em que “estamos claramente num ciclo de melhoria do mercado imobiliário”.

O destino (em termos de uso) assim como a procura, para os terrenos em Lisboa são diversas. “Tudo depende da localização dos terrenos, pois tem existido procura para escritórios, hotelaria, residências de estudantes e também para habitação de gama média e média–alta”, detalha Fernando Vasco Costa. No segmento residencial, destaca-se o mercado português: “o produto gerado pela grande maioria dos projetos de reabilitação, essencialmente localizados no casco Histórico de Lisboa, tem sido escoado, junto dos compradores internacionais ou dos pequenos investidores nacionais que procuram o arrendamento para turistas. Existe, no entanto, uma base de procura grande, que não tem sido convenientemente alimentada, que é o mercado doméstico”, diz Francisco Sottomayor.

E também “a procura para este tipo de terreno (para construção nova em zonas centrais da cidade) tem apresentado muita diversidade. Desde investidores nacionais e internacionais, a promotores nacionais”, refere Ramiro Gomes, Responsável de Vendas – Grandes Imóveis Sul da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp. O Banco, que tem em comercialização alguns lotes para construção em Lisboa, destaca o “número reduzido de ativos deste tipo disponíveis” e considera que os promotores estão bastante mais ativos na procura de oportunidades. Em Lisboa, além de um terreno no Areeiro - o qual foi colocado em venda esta semana -, o Banco dispõe ainda, entre outros, de um terreno para construção no empreendimento Nova Amoreiras. “Trata-se de lote para construção de habitação com enorme potencialidade, pela sua excelente localização e pelo facto de estar em condições de rápido início de obra, uma vez que tem autorização para construção, enquadrada no alvará de loteamento, bastando apresentação de projeto”, diz Ramiro Gomes. “Temos ainda outras alternativas, igualmente em loteamento, na Alta do Lumiar, na Malha 34, onde o Banco possui 12 lotes e na Malha 6, 2 lotes de venda conjunta, uma vez que têm construção iniciada”, termina.

Investimento em construção nova cresceu mais de 70% na capital

O potencial de investimento na cidade de Lisboa tem seguido uma trajetória ascendente desde o início de 2015, tendo o volume de projetos em licenciamento mais que duplicado entre o 1º trimestre desse ano e o 3º trimestre de 2016, passando de 41 unidades para 85 unidades. Tal observou-se quer para a construção nova quer para as obras de reabilitação, tendo o volume de projetos com pré-certificado crescido acima dos 70% no primeiro segmento e acima dos 135% no segundo segmento. Focando na construção nova, o concelho de Lisboa contou com 173 novos projetos no último ano e 9 meses, que se concentraram nas freguesias de Belém, Estrela, Olivais e Santo António, com entre 15 e 20 unidades cada. Já no caso das obras de reabilitação, dos 272 novos projetos em pipeline em Lisboa, cerca de 36% localizava-se nas freguesias do Centro Histórico (Santa Maria Maior, Santo António, Misericórdia).

Fonte: Público Imobiliário

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