14 fevereiro 2017

Investimento imobiliário na Europa atinge os € 230 mil milhões de euros


O volume total de investimento imobiliário comercial na Europa em 2016 foi de € 230 biliões, divulga a consultora imobiliária Worx em estudo do BNP Paribas Real Estate. Este valor representa uma descida de 10% relativamente aos valores recorde de 2015. França, Alemanha e Reino Unido foram os países com maior volume de investimento, representando 2/3 do total do volume de negócios registados em 2016. No entanto, foram também os países que registaram a maior queda de investimento, em termos de homólogos. Reino Unido registou menos 28%, seguido da Alemanha com menos 7% e França com menos 2%.


O segmento de escritórios verificou um dos menores decréscimos anuais (6% face a 2015), com o volume de negócios total a cifrar-se nos 106 mil milhões de euros, o que representa 46% do total de investimento.

O investimento em retalho registou a maior queda (22% face a 2015), em que o volume de negócios totalizou 57 bilhões de euros. Já o setor de Industrial & Logística, após dois anos de dinamismo notável, continua a apresentar bons resultados com 25 mil milhões de euros de volume de negócios total.

Nos últimos 12 meses, os investidores estrangeiros representaram 48% do volume total investido em imobiliário comercial, uma tendência que vem decrescendo desde o início do ano.

Os investidores europeus foram novamente os mais representados (41%), com um volume de 45,8 mil milhões de euros.

Os investidores americanos decresceram 38% atingindo quase 26 mil milhões de euros em 2016. Representam apenas 24% do total volume de investimento estrangeiro na Europa (contra 31% há um ano). A fixação de preços e as incertezas politicas conduziram os investidores à procura de altos rendimentos através de estratégias oportunistas e de valor agregado, a adotar uma estratégia “wait and see” em relação à Europa. As incertezas económicas e políticas têm travado os investimentos cross-border, que registaram uma quebra de 19%, atingindo os € 110 bilhões em 2016.

Os negócios de grande dimensão viram a sua participação no volume total de investimentos decrescer para 43% em 2016, em comparação a 48% em 2015. Já o volume de negócios abaixo de 20m permaneceu estável entre 2015 e 2016.

Os maiores negócios do ano foram realizados por compradores estrangeiros:
  • 9 Place Vendome: escritórios e retalho de luxo em Paris comprados pelo Banco Norges (NO) por € 1,0 bilhão;
  • Centro comercial Blanchardstown adquirido pela Blackstone por € 945 m;
  • Carteira Echo: Portfolio de escritórios e retalho em várias localizações polacas vendido à Redefine em Abril de 2016.

Tendo em conta os valores de liquidez ainda abundantes no mercado de capitais, os valores de prime yields continuaram a decrescer na reta final de 2016. Na Europa Continental, as prime yields continuam sob pressão, com exceção do Reino Unido e da Irlanda que registaram movimentos de subida. Os ativos prime continuam a oferecer um prémio de risco significativo, devido ao cenário atual de baixas taxas de juro.

Paris é a cidade europeia que oferece a prime yield mais baixa, situada nos 3,5% e Lisboa a mais elevada nos 5,5%. As prime yields de escritórios e retalho revelam ainda margem de contração nos próximos meses, comportamento que deverá ser revertido no final de 2017.

Pedro Rutkowski, CEO da Worx, refere que “apesar das incertezas políticas europeias e desafios económicos que o ano 2017 vai trazer para os principais mercados, o mercado de investimento continua com uma forte dinâmica. Continuamos a assistir a uma procura pelo produto de rendimento imobiliário, que atualmente oferece yields mais competitivas e mais segurança comparativamente aos produtos financeiros. Portugal está a viver um bom momento no mercado de investimento e tem sabido posicionar-se junto dos investidores internacionais que apresentam atualmente elevados níveis de liquidez. Os resultados alcançados em 2016 comprovam a recuperação gradual do mercado que se espera manter ao longo deste ano, com um forte arranque no mercado e investimento já no 1º trimestre”.

Fonte: Worx

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