06 novembro 2016

Quatro milhões de portugueses vivem em condomínios


Empresas movimentam €900 milhões. Regulamentação da profissão é uma das exigências. Há em Portugal mais de quatro milhões de pessoas, cerca de 40% da população, vive em ambiente de condomínio, uma situação que alimenta um setor com 1.500 empresas e um volume de negócios (direto e indireto) estimado de €900 milhões. São cerca de 50 mil postos de trabalho ativos, entre administradores de condomínio, pessoal de limpeza, de manutenção de elevadores, jardinagem, entre outros.


Números apontados por Fernando Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), que revelam o peso de um mercado que apesar do seu crescimento ainda carece de regulamentação.


“A nossa associação estima que cerca de metade dos edifícios (de um universo de 250 mil habitações) em propriedade horizontal são administrados por administradores profissionais. Cada vez mais se torna essencial a presença de competências e de especialização técnica para promover, simultaneamente, o aperfeiçoamento da gestão das partes comuns de prédios em propriedade horizontal e da manutenção e conservação estrutural e paisagística dos edifícios administrados”, disse o responsável da APEGAC, que reuniu sexta-feira (28 de outubro) os seus associados no Polo Tecnológico de Lisboa, no III Congresso da instituição.

A questão da “necessidade de regulamentação da atividade profissional de administração" reforça ainda Fernando Cruz "revela-se de grande importância para o mercado, de forma a que as regras da prática profissional sejam claras e transparentes” e que seja “dada voz às mais de 1.500 empresas que têm a administração de condomínios como sua atividade principal”. 

Um tema debatido neste evento e que voltará a estar presente na Condexpo, 1º Salão do Condomínio que irá realizar-se de 7 a 9 de abril de 2017, no Centro de Congressos de Lisboa.

Sector maioritariamente constituído por microempresas (cerca de 95%), a gestão de condomínios passou recentemente por um período difícil, marcado pela crise e pelas muitas dívidas acumuladas por condóminos que perderam entretanto as suas casas por incumprimento nas prestações bancárias. Mas não só. "Durante o período mais adverso das condições conjunturais vividas no país, os proprietários tenderam a privilegiar prestadores de serviços por vezes sem qualquer condição técnica para administrar o seu património." Muitas acabariam por encerrar a atividade ou tornaram-se insolventes, diz o responsável, salientando a importância de uma seleção criteriosa no momento da escolha da empresa que vai gerir o condomínio do prédio. A sensibilização dos condóminos para a manutenção e reabilitação dos edifícios é outra questão que vai estar em alta durante a Condexpo. "As pessoas ainda não estão cientes do custo futuro de uma não manutenção no presente. Mas é preciso mudar essa mentalidade", remata o presidente da APEGAC.

Fonte: Expresso

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