16 junho 2016

Armazéns e naves industriais na Área Metropolitana do Porto com maior procura


Dinâmica sente-se quer nas áreas usadas quer nas novas, abrangendo empresas locais e multinacionais. Produção industrial está mais ativa, mas armazenagem e logística também são contagiadas. O percurso de recuperação que a economia tem vindo a fazer começa a notar-se na ocupação de imobiliário de uso industrial e logístico na Área Metropolitana do Porto, com uma procura mais dinâmica para este tipo de imóveis na região.

“Atualmente o mercado industrial (na Área Metropolitana do Porto) está bastante ativo”, comenta João Leite Castro, responsável da Predibisa pela área de Indústria e Promoção, acrescentando que “devido a esta dinâmica do mercado industrial, também o logístico foi ligeiramente contagiado”. 


A indústria automóvel é uma das mais tem influenciado esta dinamização da procura, devido, sobretudo, “ao lançamento do novo modelo que vai ser comercializado em 2018 pela fábrica do grupo PSA, em Vigo”, esclarece aquele profissional, adiantando que é um movimento sentido quer nos espaços de uso produtivo quer nos de atividade logística, frisando ainda que, no último caso, de forma geral, existe também procura por players das mais diversas áreas que já estavam instalados e que pretendem melhorar as condições dos espaços que ocupam. 

Também Nuno Marçal, Responsável de Vendas – Grandes Imóveis Norte da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, tem sentido que a armazenagem de bens e produtos está a movimentar o mercado deste tipo de imóveis na região, provando que “os armazéns são um complemento essencial à atividade produtiva”. O Banco, que tem atualmente em venda mais de 15 unidades deste tipo no distrito do Porto com valores de €30 mil a €2,8 milhões”, dá conta de que este ano (janeiro a maio) ”vendemos mais imóveis deste tipo face ao mesmo período do ano passado”, comenta Nuno Marçal, adiantando que a procura se centra atualmente mais nos imóveis de pequena e média dimensão – isto é, até 1.000 m2 - dado o tecido empresarial existente ser predominantemente de PME’s. Com a carteira do banco a abranger diversos concelhos da Área Metropolitana do Porto, Nuno Marçal diferencia as zonas mais litorais, onde “há uma procura mais genérica e muito utilização de armazenagem pura” dos municípios mais interiores, “em que os imóveis procurados estão mais direcionados às atividades locais predominantes”, que, na realidade, são bastante diversas, comenta. Turismo, apoio portuário, tecnologia, metalomecânica, mobiliário, transformação de cortiça, calçado ou têxtil são apenas alguns exemplos apontados por Nuno Marçal que refere ainda que atualmente ”temos bastantes imóveis com maiores especificidades e mais destinados ao comprador final e não tanto posicionado como produto de investimento”. 

A procura de usados é confirmada pela Predibisa, que na absorção de unidades industriais já construídas dá como exemplo a indústria têxtil. “Para algumas fábricas antigas que estavam devolutas há alguns anos, conseguimos encontrar ocupantes da mesma área industrial, ou áreas cujo layout e caraterísticas se adaptam”, diz João Leite Castro. 

A dinâmica do mercado de imóveis industriais e logística usados é também evidenciada pela consultora Cushman & Wakefield numa análise trimestral a este segmento a nível nacional. No documento referente ao final de 2015, esta consultora sublinha que “apesar das melhorias no mercado de ocupação destes espaços, a procura, em geral, é ainda baixa”, situação que foi “compensada por um mercado mais dinâmico de espaços em segunda mão”, destacando-se, neste contexto, os negócios em que as empresas compram o espaço numa lógica de proprietário/ocupante. 

Face a este cenário, a oferta de novos espaços, sobretudo especulativos - i.e., sem garantias de pré-arrendamento – continua fraca quer no Grande Porto quer na Grande Lisboa. De acordo com a Cushman & Wakefield, tal deve-se à elevada disponibilidade de espaços existentes, bem como à estabilização das rendas em níveis relativamente baixos (quer a Cushman & Wakefield quer a Predibisa situam a rendas no Grande Porto entre 2 e 3,5 euros/m2 mensais), o que “torna cada vez mais difícil promover produto novo e com viabilidade económica”. Por isso, é expectável que a reanimação do mercado de promoção deste segmento continue a ser adiada, defende a Cushman & Wakefield. 

Na Área Metropolitana do Porto, na experiência da Predibisa, a promoção nova tem sido marcada pelo desenvolvimento de produto à medida e sobretudo por multinacionais. “Quanto à construção de novas fábricas, temos tipo uma forte procura por empresas que devido às especificações técnicas só encontram resposta em projetos chave-na-mão”, diz João Leite Castro, destacando que foram as multinacionais que não estavam presentes em Portugal a principal franja da procura destes produtos.

Fonte: Público Imobiliário

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