25 setembro 2015

Principais resorts portugueses retomam planos de expansão


Projetos como o da Sonae ou o do Grupo Pestana em Tróia, e de Vilamoura ou dos Pine Cliffs, no Algarve, estão a retomar os seus planos de expansão, animados pela recuperação das vendas de imóveis e pelo crescimento do turismo. Encarado como um setor estratégico para a economia portuguesa, e mais concretamente para as exportações, o turismo residencial está a recuperar o fôlego, animado pelo aumento das vendas de casas a estrangeiros e pelo crescimento do turismo internacional em Portugal.

Dados divulgados já esta semana no Boletim Estatístico do Banco de Portugal revelam que, entre janeiro e julho deste ano, os turistas estrangeiros gastaram €28,3 milhões por dia em Portugal, num crescimento de 12% face aos €25,2 milhões em igual período de 2014. A mesma fonte avança que as receitas turísticas internacionais superaram nestes sete meses de 2015 os €6 mil milhões, evidenciando uma subida de 12,2% face ao período homólogo, enquanto que o número de dormidas de estrangeiros cresceu 7,3% para os 19,1 milhões de turistas. Para o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, os números “desmentem a ideia de que o setor está a viver à base de um turismo low cost”, adiantando ainda que “houve um aumento das receitas, de rendimento por quarto e de dormidas”, pelo que se trata de “um crescimento qualitativo e quantitativo”, disse em comentário aos dados junto de alguma imprensa. 

Por outro lado, no turismo residencial, os dados também têm vindo a ser cada vez mais positivos e um estudo recente da Associação Portuguesa de Resorts frisa que só no ano passado foram vendidas 25.000 casas de segunda habitação a residentes estrangeiros (citando dados da APEMIP), considerando que este número tem capacidade para duplicar para as 50.000 casas anuais, com um potencial para gerar receitas de 10.000 milhões de euros. A intensificação da promoção internacional de Portugal como país de segunda residência é uma das preocupações desta associação, parecendo, no entanto, que o caminho está a ser traçado. E “Portugal tem sabido aproveitar as oportunidades do turísmo internacional melhor do que o nosso concorrente (a Espanha), comentava Adolfo Mesquita Nunes ainda sobre os dados do Banco de Portugal, avançando que o país cresceu quatro vezes mais em receitas turísticas já este ano face a Espanha. Também a projeção do pa- ís tem vindo a consolidar-se e Portugal volta a conquistar na 22ª edição dos óscares mundiais do Turismo, os World Travel Awards, 14 galardões, incluindo o de melhor destino de praias (no Algarve) e com nove unidades hoteleiras distinguidas nas mais diversas categorias, além dos prémios atribuídos ao Turismo de Portugal e à TAP. 

Tróia e Algarve ativos 

A conjuntura favorável tem vindo, assim, a incentivar a retoma dos planos de expansão de alguns dos principais resorts desenvolvidos em Portugal, como são os casos de projetos localizado em Tróia e no Algarve. 

No primeiro destino, o Tróia Resort, desenvolvido pela Sonae Turismo, apresentou agora em setembro uma nova fase do empreendimento Ocean Village, um dos projetos integrados no resort. Nesta nova fase, o empreendimento, que é composto por um total de 90 moradias V2, vai lançar 4 unidades de cerca de 200 m2 com piscina privativa e prontas e habitar, com um valor de mercado desde €689 mil. O Ocean Village representa um investimento de €35,5 milhões e do total das 90 moradias que integra, 33% já está vendido. 

Também em Tróia, o Grupo Pestana tinha já antecipado o lançamento da 3ª fase do Pestana Troia Eco-Resort & Residences, que se encontra em fase de conclusão e que concluiu já as vendas, depois de estar apenas 5 meses em comercialização. Entre abril e setembro, o Grupo Pestana vendeu a totalidade das casas integradas nesta 3ª fase, num total de 65 transações e um encaixe de €15 milhões. Esta fase dispõe de cerca de 35 casas com preços a partir de 275.000 euros, além de 30 lotes para moradias exclusivas “chave-na-mão”. Face aos bons resultados obtidos, o Grupo Pestana está agora a estudar o arranque da fase seguinte, o qual integra um apart-hotel, que deverá abrir portas até 2019. 

No Algarve, a United Investments Portugal (UIP) prepara para 2016 a inauguração de uma nova etapa imobiliária do Pine Cliff s Resort, na zona de Albufeira. O Pine Cliffs Ocean Suites vai reforçar a oferta em 75 novos apartamentos, direcionados para o mercado de 2ª habitação. Esta nova fase de expansão do resort prevê ainda a construção de um restaurante italiano, um SPA de assinatura com 1.000 m2 , lojas de luxo e um parque de estacionamento subterrâneo. Os apartamentos serão geridos pelo grupo Starwood Hotels & Resorts através da marca The Luxury Collection. 

Em Vilamoura, os americanos da Lone Star apresentaram no início de Setembro o master plan para a nova fase de desenvolvimento daquele que é o resort mais conhecido do Algarve. O investimento nesta nova fase, que abrange 400 hectares, vai chegar a €1.000 milhões e prevê o desenvolvimento de 18 novos projetos imobiliários. Uma das áreas de desenvolvimento será Vilamoura Lakes, que irá substituir o anterior projeto Cidade Lacustre. Para aqui, a ideia é criar um dos “principais lake resorts” da Europa, com 250 mil m2 de paisagens naturais, 1.900 unidades residenciais, 5 empreendimentos turísticos com 3.600 camas, complementados por valências de comércio e restauração premium. Paul Taylor, CEO de Vilamoura, acredita que o resort poderá estar concluído “dentro de 5 anos”, num cenário otimista. 

Fonte: Público Imobiliário

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