26 setembro 2017

Sete em cada 10 imóveis dos bancos não são casas


O número de imóveis no balanço das instituições financeiras nacionais diminuiu ao longo dos últimos dois anos. O BCP passou a ser aquele que tem mais imóveis em carteira. A grande maioria dos activos não são habitacionais. A crise financeira aumentou de forma expressiva o malparado em Portugal. Foram muitas as famílias e também as empresas que acabaram por ser forçadas a entregar os seus imóveis para saldar dívidas junto das instituições financeiras.


No entanto, nos últimos anos, a recuperação da economia acabou por ditar uma melhoria no número de activos na carteira dos bancos. Em dois anos, diminuíram quase 15% e são cada vez menos os imóveis residenciais.


17.695. Este é o número de imóveis que constam do balanço dos dez principais bancos nacionais, de acordo com a informação que pode ser recolhida nos seus sites. E. deste total, a grande maioria dos ativos são não residenciais. Ou seja, 74,3% são escritórios, arrecadações, armazéns, garagens, terrenos, lojas, ou outros. Isto significa que apenas menos de 30% dos ativos são casas.

A percentagem de casas no balanço dos bancos chegou a ser muito superior. Há dois anos, no total de mais de 20 mil imóveis detidos pelas instituições financeiras, 40,5% eram habitacionais, enquanto os restantes 59,5% eram não residenciais. "O aumento da procura por activos imobiliários residenciais tem sido muito maior do que os dos não residenciais, reflexo sobretudo do turismo por investidores internacionais e melhoria das condições económicas de algumas famílias", explica Filipe Garcia, economista do IMF.

Aliás, têm sido as casas a explicar a redução do número de imóveis nas carteiras dos bancos. Isto porque o número de activos residenciais diminuiu em 46,1%, nos últimos dois anos, para um total de 4.542 casas. Pelo contrário, o número de imóveis não residenciais até aumentou. São actualmente 13.153 activos, mais 6,47% do que em Setembro de 2015. 

"Não me parece provável que os activos imobiliários não habitacionais consigam suscitar o mesmo tipo de procura que os residenciais", considera Filipe Garcia. E, sublinha o mesmo economista, serão estes imóveis a continuar a justificar a redução dos activos nas carteiras das instituições financeiras. "Há margem para que o número de imóveis em balanço continue a diminuir, mas com maior incidência nos activos imobiliários residenciais", sublinha.

A recuperação da economia nacional proporcionou uma conjuntura favorável para o sector imobiliário. Condições que acabaram por facilitara "absorção" de muitos imóveis e permitir a melhoria deste indicador. Em Setembro de 2015, as mesmas instituições financeiras tinham 20.776 activos no seu balanço. Ou seja, no espaço de dois anos, os bancos viram o número de imóveis em carteira encolherem 14,8%, de acordo com os dados recolhidos pelo Negócios.

A tendência de diminuição dos imóveis no balanço foi generalizada a quase todas as instituições financeiras. As excepções foram o Popular, Crédito Agrícola e Bankinter. Pelo contrário, foi no BPI que se assistiu à maior queda. O banco tinha, em Setembro de 2015, 520 activos em carteira. Um número que encolheu agora para quase metade: 275 imóveis. Mas há uma novidade na liderança deste "ranking". O BCP passou a ser a instituição com mais imóveis, superando Novo Banco. No total, são 3.781 ativos.

Fonte: Negócios

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