24 maio 2017

Imobiliário português na ‘mira’ dos investidores franceses


Na 6ª edição do Salão Imobiliário e do Turismo Português que decorreu na capital francesa no último fim de semana, os resultados voltaram a ser muito bons: 16.108 visitantes e 200 expositores, o que reflete um crescimento de 25%. O salão, que é organizado pela Fundação AIP e pela Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), leva os produtos portugueses ao público francês, um dos principais investidores de imobiliário nacional.

Sandra Bértolo Fragoso, gestora do Salão imobiliário de Portugal (SIL), da Fundação AIP, revela que o interesse demonstrado pelos franceses foi muito grande e “não foram apenas apresentados projetos de reabilitação, também existiram muitos de construção nova e o impacto foi muito grande”. A responsável admite que os franceses sabem muito bem o que querem, que já são conhecedores de Portugal e, por isso, têm uma ideia definida do que pretendem comprar. “O mais curioso é que 8% dos franceses que procuraram uma casa em Portugal também estavam interessados em criar atividade profissional no nosso país”.

Se existe ainda a ideia de que são os lusodescendentes os principais investidores no mercao imobiliário português, Sandra Bértolo Fragoso esclarece que não, “são uma pequena franja, a maioria são cidadãos franceses”.

Os franceses sabem muito bem o que querem comprar em Portugal e tudo indica que vão continuar a investir no imobiliário nacional.

A gestora admite que a insegurança vivida com os sucessivos ataques terroristas em terras francesas pode ter motivado a escolha do nosso país no momento em que pensaram comprar casa fora de França. “O que mais cativa o investidor francês é a segurança que Portugal transmite. Naturalmente, os benefícios fiscais, nomeadamente o regime de residente não habitual, são muito atrativos, mas o que o francês mais valoriza, para além da segurança, é o clima, a rentabilidade do investimento e a estabilidade. O valor do m2 em Portugal, mesmo em Lisboa, é muito inferior ao resto da Europa”, salienta a responsável, que acrescenta, “acredito que os franceses vão continuar a investir em Portugal”.

Lisboa, Porto e Algarve são as regiões mais procuradas e a ideia de que os franceses preferem os centros históricos e os edifícios reabilitados não corresponde à verdade. Sandra Fragoso admite que os produtos novos apresentados no salão despertaram igualmente muito intresse e foram realizados negócios: “já se começa a vender novamente em planta”. Quanto à finalidade do investimento, a responsável adianta que alguns são para rentabilizar e outros para viver. A gestora explica ainda que Portugal tem vindo a ganhar cada vez mais importância no mercado internacional e isso é visível nesta edição do salão, que mereceu a participação, na inauguração, do secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Oliveira.

Carlos Vinhas Pereira, presidente da CCIFP, adiantou que, “em termos de vendas, pensamos que teremos, no mínimo, o mesmo número – mas pensamos que é mais – do que no ano passado, em que foram quase 350 milhões de euros de volume de negócios”.

O salão que decorre todos os anos desde 2012, no Parque de Exposições da Porta de Versalhes, na capital francesa. Nas cinco primeiras edições, o volume de vendas imobiliárias alcançou perto de 1400 milhões de euros.

Além de mediadores, promotores imobiliários, bancos, conselheiros jurídicos e fiscais, notários e companhias de seguros, regiões, estiveram ainda presentes 19 presidentes de câmara da região Centro de Portugal.

Fonte: Jornal Económico

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