26 abril 2017

Imobiliário com rentabilidade superior aos mercados de capitais


Segundo o mais recente índice IPD - Portugal Annual Property Index -, o retorno total do imobiliário em Portugal deverá manter-se em torno dos 10% este ano. O retorno total do imobiliário em Portugal deverá rondar os 10% em 2017, calculam os especialistas, numa ligeira descida dos 12,2% devolvidos em 2016, segundo o mais recente índice IPD Portugal Annual Property Index.


Porém, a 15 anos, a rentabilidade média de 7,1% do imobiliário ultrapassa “a do mercado de ações ou de obrigações”, sendo, por isso, “interessante e robusto” a nível de performance comparando com as demais classes de investimento, referiu Luís Francisco, vice presidente da MSCI Iberia. No entanto, “tem um nível de volatilidade maior”, salienta.


De acordo com o economista Luís Duque, “Portugal precisa dramaticamente de investimento”, sendo que “uma das componentes mais significativas é a construção, parte motivada pela construção de habitação”, em grande parte através da reabilitação urbana. Afirmando que o “imobiliário é uma excelente saída para Portugal”, o docente no ISEG ressalva que a “obra tem de ter aplicação no mercado”.

Por seu turno, Alexandre Fernandes, diretor de Asset Management da Sonae Sierra, refere que o imobiliário “é cada vez mais escolhido como classe de ativos para investimento”. Mas considera que “estas rentabilidades são excecionais, não vamos continuar a ter estes níveis, o retorno direto vai baixar para níveis mais sustentáveis”.

Turismo, escritórios e saúde

Numa mesa redonda de debate moderada por Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE, Nuno Ravara, Managing Director da Finsolutia, estima ser “moderadamente otimista, porque a principal componente de crescimento é a valorização dos ativos, sendo Portugal um mercado muito pequeno, num ambiente com taxas de juro muito baixas e muita liquidez disponível”, a par de “um crescimento económico muito ténue”. Por isso, “se estivermos com o índice à volta dos 10% [em 2017] estaremos muito satisfeitos”.

Já Pedro Coelho, Managing Director da Square AM, lembrou ser “importante descodificar o conteúdo do índice. O comportamento do setor do comércio representa muito e, na prática, se verificarmos, praticamente não houve construção nova nos últimos anos, e isso vai começar a partir de agora”. Acredita que, daqui por um ano, “vamos ter uma diminuição” do índice, pois “é difícil ter um comportamento tão pujante. Diria 10,1%”.

Os resultados do índice mostram que a performance total devolvida em 2016 foi de 12,2%, sendo que a carteira média do índice IPD Portugal é formada 69% por retalho, nomeadamente centros comerciais, que representam mais de 50%, e escritórios. Luís Francisco considera que “Portugal tem um comportamento relativamente estável em termos de volatilidade, defende-se mais nesse ponto concreto. E tem vindo a crescer ao longo dos últimos três anos”, sendo um dos poucos mercados que subiram a sua rentabilidade entre os analisados no último ano.

No geral, o índice representa uma boa performance, mas esta é distinta consoante os vários setores. Se é verdade que o retalho é o melhor setor em termos de performance, também é “o setor com maior grau de volatilidade ao longo da série, porque acompanha de perto as movimentações da economia”.

Luís Francisco destaca também o bom comportamento do segmento “saúde”, do turismo e do mercado de escritórios nas zonas prime de Lisboa, cuja performance difere muito dos escritórios fora da cidade, que têm ainda retornos negativos. Assim como o mercado industrial e logística, que apesar de menos negativo que em 2015, continua com retornos abaixo de zero.

Fonte: Público Imobiliário

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