25 março 2017

Alojamento local. A afirmação de um negócio promissor


A oferta de alojamento local vai muito para além dos centros históricos de Lisboa e Porto, ou até mesmo das grandes cidades. O Alojamento Local (AL) tem vindo a afirmar-se no mercado e, mesmo envolto em alguma polémica, é um negócio que atrai cada vez mais investidores e turistas. Recentemente, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), em parceria com o ISCTE, a Sítios e com o apoio do Turismo de Portugal, realizou um estudo inédito de caraterização do Alojamento Local (AL) na Área Metropolitana de Lisboa. A principal conclusão é que veio também impulsionar a reabilitação urbana, voltando a trazer para o mercado imóveis que estavam degradados.


Segundo Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, 59% dos imóveis que estavam desocupados na AM de Lisboa foram convertidos para AL e "apurou-se também que cerca de 60% dos imóveis convertidos em unidades de alojamento local sofreram obras de reabilitação". A responsável garante também que o investimento nestes imóveis permitiu a dinamização de muitos bairros, inclusive do ponto de vista do comércio e da restauração.

Contudo, Ana Jacinto garante que a oferta de alojamento local vai muito para além dos centros históricos de Lisboa e Porto, ou até mesmo das grandes cidades. "Cada vez mais, registamos que a oferta de alojamento local, nas suas mais diversas formas, desde estabelecimentos de hospedagem, como por exemplo o hostel, até aos apartamentos e às moradias, está a crescer em todo o país. É inegável que o AL conquistou o seu espaço, assumindo hoje um papel relevante ao nível do alojamento um pouco por todo o país, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento sustentável da nossa oferta turística", admite. No entanto, salienta que é natural que a oferta mais "visível" e até mediática se encontre nas grandes cidades, mas esta é uma realidade transversal a todo o país.

"Temos assistido ao desenvolvimento e crescimento de importantes pólos de atratividade turística, já com um histórico significativ'o enquanto oferta de alojamento local, como é o caso de Mafra, onde a AHRESP iniciou o seu programa "QUALITY", de qualificação e valorização do AL", revela a responsável.

Segundo o estudo, os principais clientes do AL são franceses, seguidos dos espanhóis, britânicos e alemães. De acordo com as respostas obtidas, as ameaças mais sentidas neste setor dizem respeito à carga fiscal (67%), às questões legais e de licenciamento ao nível do desenvolvimento da atividade (47%). Também a sazonalidade do negócio é aqui apontada como um constrangimento (41%). Merecem igualmente destaque algumas preocupações, como é o caso da possibilidade de redução do turismo devido ao terrorismo, a concorrência desleal de estabelecimentos não legalizados, insegurança devido a assaltos na época alta e as políticas do Governo.

Mas se existem ameaças, também há espaço para oportunidades. E uma delas, a mais notória, é a procura turística por parte de estrangeiros, assinalada por cerca de 85% dos empresários.

Fonte: Negócios

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