17 fevereiro 2017

Peso da habitação no crédito dispara


A concessão de novo crédito para a compra de casa está a ganhar maior relevância na estratégia dos bancos. Mais de 14% do valor global financiado pelo sector teve como finalidade o crédito à habitação, quatro vezes mais que o valor registado em 2012. Os bancos reforçaram a aposta no crédito à habitação, no último ano. O financiamento para a compra de casa disparou mais de 44%, em 2016, naquele que é o melhor ano desde 2010, com o peso destas operações a disparar mais de 14% do financiamento foi destinado para a habitação, quatro vezes mais que em 2012.

As novas operações de crédito à habitação atingiram em Dezembro, 626 milhões de euros, face aos 535 milhões financiados um mês antes, revelam os números do Banco de Portugal conhecidos esta terça-feira, 14 de Fevereiro. No acumulado do ano, os bancos concederam um total de 5.700 milhões de euros, mais 44,3% que o valor registado nos 12 meses de 2015.

Do montante global financiado pela banca no último ano, 14% teve como finalidade a compra de casa, um valor quase quatro vezes superior aos 3,6% do novo credito que captou em 2012, ano em que a concessão de financiamento para a casa ficou abaixo dos 2.000 milhões.

Esta evolução confirma a tendência de recuperação deste segmento, após a banca ter fechado por vários anos a torneira do crédito. Ainda assim, o "stock" global do crédito para a casa na mão dos bancos continua a diminuir. O sector mantinha, no final do ano, 94.780 milhões de euros alotados em empréstimos para a compra de casa. Trata-se de mínimos do Verão de 2007, uma evolução determinada pela elevada amortização de capital proporcionada pelas baixas taxas de juro.

Um ambiente que está a levar os bancos a reforçar a sua oferta de taxa fixa. Mais de 34% dos novos financiamentos para a compra de casa concedidos em 2016 foram a taxa fixa. Em termos mensais, a proporção de novos créditos independentes da Euribor ascenderam a 42,%, em Dezembro.

"Há cada vez mais operações a taxa fixa, o que se justifica essencialmente pela vontade dos bancos em contratarem dessa forma, porque lhes permite cobrar uma taxa de juro mais alta", explica Filipe Garcia. Para o economista da IMF, esta "é a forma de garantirem maior rentabilidade das operações de crédito num contexto de Euribor negativas".

Já do ponto de vista das famílias, "não há racional económico e de mercado para contratar a taxa fixa neste momento, até porque grande parte das operações deste tipo apenas fixam a taxa por um período relativamente pequeno". remata.

Seja a taxa variável ou fixa, a expectativa é que a banca mantenha a aposta na habitação. "A rentabilidade dos bancos implica terem operações e clientes, sendo o crédito à habitação uma forma de conseguir ambos, retendo o cliente", conclui Filipe Garcia.

Fonte: Negócios

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