22 janeiro 2017

Retalho continua no centro do investimento imobiliário


Novas aberturas a sul e dinamização do retalho de rua ditam as tendências do segmento. Lisboa gera interesse de investidores estrangeiros. O ano de 2017 ficará marcado, no segmento do retalho, pela abertura de dois novos espaços a sul do país, o Mar Shopping Algarve e o Évora Shopping, bem como pela crescente atração aos espaços comerciais de rua, essencialmente nos locais de maior dinamização turística.


Em 2016, os dados da consultoria CBRE apontam para cerca de 40 mil metros quadrados transacionados pelo Departamento de Comércio, distribuídos por Retail Parks (17.500 m2), comércio de rua (16.000 m2) e centros comerciais (6.500 m2), destacando a colocação da Flagship Store da New Balance e das Havaianas no Porto e A Vida Portuguesa e Anselmo 1910, no Chiado, em Lisboa.

O departamento de comércio garantiu ainda a ocupação a 100% do Parque Mondego, com a negociação e abertura de quatro novas lojas, e o início da comercialização da segunda fase do Matosinhos Retail Park, com a colocação da Media Markt e Deborla.

Novas marcas no retalho de rua

O ano transato, o mercado de retalho manteve uma forte atratividade, num total de mais de 500 milhões de euros negociados, segundo a análise desenvolvida pela Cushman & Wakefield. A consultora afirma que foram fechados cerca de 450 negócios, numa área que terá ultrapassado os 190 mil metros quadrados. Em 2015 esta amostra revelava cerca de 300 operações numa área que se aproximava dos 160 mil metros quadrados.

A Cushman & Wakefield revela ter concretizado perto de 100 transações equivalentes a mais de 46 mil metros quadrados. A consultora voltou a prestar assessoria a investidores e promotores de centros comerciais.

Também os retail parks foram alvo de uma procura que há muito não se sentia e novos players como a Kiwoko e Matrizauto abriram as primeiras lojas neste formato. O retalho de rua assumiu uma vez mais um papel de destaque e foram muitas as novas marcas nacionais e internacionais que entraram no mercado.

A representação de clientes internacionais, área de negócio em que a Cushman & Wakefield desde há muito se destaca, registou um crescimento significativo e foi responsável por 30% da faturação do departamento.

Rendas a crescer

Em 2017, o retalho continuará no centro do investimento, sendo que, no que se refere a zonas-tendência nas principais cidades, “a zona ribeirinha de Lisboa irá continuar a aumentar a sua atratividade, especialmente logo que concretizadas as ocupações de escritórios esperadas para a zona de Santos”.

Assim, “o crescimento da procura de retalho na zona deve surgir como uma extensão natural do cluster de restauração que se encontra já hoje no Mercado da Ribeira e como resposta ao crescente número de trabalhadores”. 

Na cidade do Porto “espera-se um crescimento muito significativo para o setor de escritórios, bem como em retalho de rua, com as zonas da ribeira e a Avenida dos Aliados a demonstrarem um maior potencial”, conclui a Cushman & Wakefield.

Por seu turno, a Worx estima que, no final de 2016, as prime yields tenham-se fixado nos 5,25% para os centros comerciais, em 5% para o comércio de rua e em 7% para o segmento de industrial/logística.

Lisboa com forte procura internacional

Lisboa está a gerar maior entusiasmo do que Barcelona ou Madrid junto dos investidores imobiliários e é “agora vista de forma mais favorável” do que qualquer uma das duas cidades espanholas, revela o mais recente estudo “Emerging Trends in Real Estate Europe”, do Urban Land Institute e da PwC. Muitos dos investidores inquiridos consideram que as melhores oportunidades podem ser encontradas no imobiliário de logística e no retalho, “devido ao crescimento esperado das rendas”. Num contexto em que as cidades ibéricas estão definitivamente na mira dos investidores em imobiliário na Europa, a verdade é que “existem diferentes graus de entusiasmo”, refere-se no documento, com Lisboa a destacar-se pela positiva. A capital surge como o sétimo principal destino na Europa para o investimento imobiliário. Apesar da “pequena dimensão do mercado”, a “disponibilidade de ativos e perfil de risco/retorno” que o mercado português oferece são fatores de atratividade para os investidores, muitos dos quais sentem que “o imobiliário em Espanha está sobrevalorizado”. Na apresentação do estudo, Peter Walker, vice-presidente de Comunicação Estratégica da ULI, explicava que as yields em Lisboa ainda são “significativamente mais altas do que em vários mercados tradicionais europeus”, e que “os investidores olham para os bons retornos mesmo com algum risco”, confirmando que “Lisboa vai continuar a atrair muitas das intenções de investimento em 2017”.

Comércio de rua em alta

No comércio de rua, Lisboa e Porto gozam não só de uma forte atratividade junto das principais marcas a operar em Portugal, como integram um plano de expansão de retalhistas internacionais que pretendem entrar no mercado nacional, inclusive marcas de luxo que procuram espaços que cumpram os seus requisitos. Segundo a Cushman & Wakefield, os valores de mercado retratam a retoma do setor, com aumentos anuais desde 2013. “Em Lisboa, a renda prime no Chiado situa-se nos 100 €/m2 por mês e na Avenida da Liberdade nos 90 €/m2 por mês. Também no Porto se verifica um dinamismo no setor, tendo a renda na rua de Santa Catarina aumentado para os 55 €/m2 por mês”.

Fonte: Público

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