22 janeiro 2017

Escritórios. Incentivos para captar novos inquilinos baixaram no último ano


A procura de escritórios em Lisboa tem-se mantido dinâmica e crescente, o que levou a que nos últimos três anos houvesse uma ocupação dos espaços com qualidade existentes. Na opinião de Jorge Bota, managing partner da BPrime, “a oferta tem por isso diminuído, atingindo, neste momento, níveis bastante baixos, principalmente nas localizações mais procuradas. Por esta razão, tem-se assistido, desde há dois anos, a uma pressão nas rendas, o que levou a um aumento dos valores pedidos, dependendo das zonas”. Os incentivos, que anteriormente eram dados para captar novos inquilinos, têm reduzido significativamente.


Na opinião de Mariana Rosa, diretora de office agency e corporate solutions da JLL, “a procura de escritórios tem estado muita ativa, com foco em transações de grande dimensão, sendo as empresas de call centre e serviços de back office, sobretudo de origem internacional, quem mais tem contribuído para esta dinâmica”. Na sua opinião, a atividade do mercado foi, por isso, notória nas zonas que concentram uma maior oferta de escritórios de grande dimensão e, a par com o CBD (Zona 2), a Nova Zona de Escritórios (Zona 3), que historicamente não apresenta elevado volume de absorção, tornou-se a zona mais ativa em 2016 devido à disponibilidade de grandes áreas.

Mariana Rosa destaca que “o dinamismo da procura contrasta com a baixa oferta de escritórios, sobretudo espaços de grande dimensão, modernos e com condições que respondam aos requisitos e aos standards de qualidade que as empresas pretendem”. Nos últimos anos a conclusão de edifícios novos de escritórios tem sido escassa, prevendo-se, contudo, um aumento dessa oferta já em 2017, sobretudo na Zona Histórica e Ribeirinha que começa a ganhar notoriedade no mercado de escritórios da capital.

A responsável da JLL adverte para o facto de as rendas estarem gradualmente a aumentar, dando continuidade a um percurso já iniciado em 2015, sendo o Parque das Nações e o Corredor Oeste as zonas com maior variação, ainda que por motivos diferentes. “No Parque das Nações, o crescimento das rendas deve-se à redução significativa da oferta ao longo dos anos e, no Corredor Oeste, este aumento foi motivado pelos bons níveis de procura que se registam para oferta de qualidade”. 

Amílcar Marques da Silva, associate, do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield, destaca que o ano de 2016 veio confirmar o bom momento de procura de escritórios em Lisboa, com uma absorção bruta de 140.000 m2, em linha com o conseguido em 2015.

“A oferta continua a baixar e está, neste momento, no valor mais baixo dos últimos 10 anos. O impacto de uma escassez de oferta em termos de renda verificou-se numa primeira fase no aumento da renda liquida, com a diminuição acentuada dos incentivos financeiros para os contratos de arrendamento, e mais recentemente começamos a registar aumento das rendas contratadas”, destaca.

Pedro Salema Garção, head of agency da WORX, destaca que “em relação a 2015, em que o take-up foi de 144.513 m2, o mercado registou um abrandamento no take-up na ordem dos 13%, tendo sido transacionados até ao final de Dezembro de 2016, um total de 125.217 m2 de espaços de escritórios”. Este comportamento do mercado foi originado maioritariamente pela falta de oferta nova, em especial direcionada para grandes áreas. Alerta, “houve, efetivamente, um aumento da procura, mas as necessidades apresentadas pelos potenciais inquilinos não conseguiram ser satisfeitas pela oferta que temos atualmente em stock, resultando desta forma, numa quebra no volume das transações”. 

Pedro Garção adverte que muitas das operações efetuadas resultaram de edifícios, zona 1 e 2, com necessidades de investimento para serem modernizados. “Assim, as rendas não são elevadas e existem incentivos à ocupação, como por exemplo: os períodos de carência e o fitout. Consequentemente há uma tendência de não aumento da renda-prime, situando-se nos 18,50€/m2/mês e as rendas médias encontram-se em baixa, com o valor de 15€/m2/mês”.

Fonte: Vida Económica

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