01 janeiro 2017

Crédito à habitação. As prestações da casa vão aumentar em 2017?


As Euribor deverão manter-se negativas, pelo que as prestações não deverão subir. O ano de 2016 foi de alívio nas prestações do crédito à habitação. Com as taxas Euribor cada vez mais negativas, os custos associados aos empréstimo da casa têm vindo a baixar e, em 2017, deverão tender a estabiIizar. Afastado deverá estar um agravamento destes encargos, a não ser que haja uma mudança significativa na política do BCE, com impacto nas taxas de juro na região do euro.


As Euribor confirmaram, ao longo dos últimos meses, a tendência negativa. O indexante a seis meses, a taxa mais utilizada nos contratos de crédito à habitação em Portugal, passou de -0,040%, no início do ano, para -0,221%. Já a Euribor a três meses passou de -0,131%, para -0,319%. Após estas quedas, a margem para novas quedas é agora mais limitada, com os especialistas a anteciparem uma estabilização das taxas.

"As Euribor estão 'ancoradas' em níveis ligeiramente acima da taxa de depósitos do BCE de -0,4%, explica Filipe Garcia. O analista da IMF acrescenta que, "por não haver perspetivas de subidas de taxas por parte do BCE em 2017, é provável que as taxas Euribor se mantenham em torno dos níveis actuais".

De acordo com o mesmo especialista, "olhando para os contratos de futuros da Euribor a três meses, só a partir do final de 2019 se espera que as Euribor possam voltar aos 0%". As Euribor só deveriam subir em caso de sinalização de alteração de política monetária por parte do BCE", destaca.

Já Paula Carvalho, economista-chefe do BPI, prevê que, no próximo ano, "as taxas de juro de curto prazo do euro permaneçam em níveis negativos, mas deveremos assistir a uma estabilização seguida de uma muito ligeira e gradual tendência de subida".

Tal como explica Paula Carvalho, "este cenário incorpora o reconhecimento de que possívelmente o grau de estímulo da política monetária na União Económica Monetária já alcançou o máximo, e os próximos passos serão de aperto das condições, ainda que este momento possa estar algo distante". A economista destaca que "não se esperam subidas das taxas diretoras em 2017 e possivelmente 2018, mas a dose de estímulos quantitativos não deverá aumentar".

A correção dos indexantes refletiu-se, ao longo dos últimos anos, numa descida significativa dos encargos com o crédito à habitação, permitindo às famílias poupar várias centenas de euros. Ainda que as perspetivas apontem para uma estabilização, as Euribor deverão começar a recuperar no futuro. Mas, esta subida deverá ser lenta, pelo que mesmo que as prestações subam ainda em 2017, não se esperam "aumentos muito significativos", conclui Paula Carvalho.

Fonte: Negócios

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