02 dezembro 2016

Investimento externo e turismo transformaram Lisboa


Porto terá forte procura em 2017 no segmento residencial de luxo. Comporta está a tornar-se uma das zonas turísticas mais importantes junto à capital. O investimento externo no segmento de luxo tem como um dos destinos prioritários no nosso país “as zonas Prime da capital”. Por essa razão a Fine & Country, especialista no mercado residencial de luxo, “instalou uma loja e um grupo de profissionais no Chiado, junto à loja da Hermès”, refere Nuno Durão, Managing Partner da Fine & Country Portugal.


O mesmo responsável recorda que, nos últimos três anos, os preços dos imóveis nesta zona subiram de 3.500 euros/m2 para 10.000 euros/ m2. “É este efeito combinado com o turismo, que começará a tornar zonas como o Porto ou a Comporta, onde a Fine & Country também abriu novos escritórios, em zonas muito atrativas”, acrescenta. “O Porto será em 2017 uma zona muito procurada e a Comporta, embora com um nicho seletivo de investidores, está a tornar-se numa das zonas turísticas mais importantes perto de Lisboa”. 

E se Lisboa é “o local mais procurado por investidores, Estoril e Cascais é a zona por excelência de segunda habitação”. Franceses, brasileiros, sul-africanos e chineses “que pensem em residir parte do ano ou até aproveitar as várias Escolas Internacionais, escolhem Cascais como estilo de vida. É por isso que a sede da Fine & Country está no Estoril”, remata o responsável da empresa. 

Montra de otimismo

Nos últimos anos, “ficou provado que basta criar um incentivo para que a atração de capital estrangeiro apareça”, estima Nuno Durão. Recuando a 2012, “o sector imobiliário estava “morto”, enormemente endividado de tal forma que a banca tinha praticamente fechado o crédito a habitação”. O Golden Visa e o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais atraíram cerca de três mil milhões de euros de investimento, que transformaram Lisboa. “Hoje, passados apenas três anos, vêem-se de novo gruas, prédios reabilitados, novos restaurantes, espaços culturais, uma nova e efervescente atmosfera”. 

A Fine & Country especializouse em atrair clientes estrangeiros, que procuram estes atrativos, com mais de 300 escritórios espalhados no mundo e através de mais de 150 parceiros, do Bangladesh ao Dubai, África do Sul ou Brasil, incluindo em mais de uma dezena de cidades na China. 

“Naturalmente estes clientes procuram imóveis nas zonas mais privilegiadas, onde se conseguem maiores rendimentos, seja por arrendamento ou alojamento local turístico. É a chegada de capital estrangeiro que permite novos promotores imobiliários terem confiança, novos restaurantes, novos e modernos hotéis que criam um melhor ambiente, melhores serviços, melhores eventos que tornam Lisboa no centro da Europa”, sustenta. 

Sinais de desconfiança 

Porém, a introdução da nova carga fiscal ao nível do IMI está a dar uma imagem negativa ao investimento externo. “Normalmente aquilo que se pede a um Governo, é que não crie problemas, que não atrapalhe”, sublinha Nuno Durão. As novas medidas fiscais “em nada alteram na realidade, quer dos investidores, quer na receita do Estado”. No entanto, reforça, “é a intenção em si que prejudica e cria desconfianças. Apenas dois dias depois das notícias, a Fine & Country recebeu dezenas de telefonemas de parceiros e potenciais investidores a perguntar o que se passava”. Se “há dois negócios que estão a funcionar e a atrair investimento, são o Golden Visa e o Alojamento Local, pois foi precisamente aqui que incidiram os impostos. Ora o sinal é mais ou menos, “temos de refrear os ânimos”, ou isto “está a correr bem demais”. Não nos parece que tenha sido uma ideia feliz”, lamenta. 

Preços sustentáveis

Abordando a temática da subida de preços em Lisboa, o mesmo responsável sustenta que “em todas as capitais europeias sempre que o imobiliário valoriza, isso é tema de conversa. Já subiu muito, tornou-se incomportável, mas quando se trata de mercado internacional, as contas são feitas de outra maneira”, assegura. 

Assim, “um T2 no Chiado pode custar um milhão de euros, mas em Londres esse mesmo apartamento custaria cinco ou seis milhões”, estima. “Devido aos valores do mercado de arrendamento, continua a ser mais rentável o apartamento em Londres. Ora, enquanto o turismo se mantiver forte haverá sempre um mercado de arrendamento forte. É normal que Lisboa nas zonas Prime se vá valorizando para 15.000 euros/m2, fazendo subir outras regiões para o patamar de cinco ou seis mil euros por m2”. Assim, conclui Nuno Durão, “o nível de preços irá continuar a subir sustentavelmente e seguramente influenciará e alargará o perímetro de valorização”.

Fonte: Público

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