18 dezembro 2016

Crédito. "Spread" da casa já baixou 16%


O BCP foi o último banco a mexer na taxa cobrada nos créditos à habitação. A instituição liderada por Nuno Amado reduziu o "spread" mínimo para 1,5%, o mesmo cobrado pelo Santander Totta e uma taxa inferior à maioria dos bancos no mercado.

O BCP entrou na "guerra" dos "spreads" do crédito à habitação. O banco liderado por Nuno Amado colocou o "spread" mínimo em 1,5%, uma das taxas mais atractivas do mercado. Mas, o BCP não é a única entidade a baixar esta margem. O "spread" médio no crédito à habitação cai 16% desde o início do ano.

A taxa média exigida pelos bancos nacionais no crédito para comprar habitação continua a cair. Enquanto no final de 2015, o "spread" médio cobrado pelas instituições estava próximo de 2% (1,95%), atualmente situa-se em 1,64%, o que implica uma descida de quase 16%. Numa lista de 10 bancos, apenas o BPI continua a cobrar um "spread" mínimo de quase 2%.

Com o ano a aproximar-se, do fim, o BCP atualizou as suas taxas antes do arranque de 2017; baixando o "spread" mínimo do crédito à habitação dos anteriores 1,75% para 1,50%. Esta taxa concorre diretamente com o Santander Totta e apenas é superada pelo Bankinter, que continua a oferecer o melhor "spread" do mercado (1,25%). 

Entre os grandes bancos nacionais, CGD e Novo Banco mantêm uma margem mínima de 1,75%, enquanto o BPI é o único que ainda não alterou a sua estratégia no crédito à habitação. O banco liderado por Fernand Ulrich oferece um "spread" mínimo de 1,95%.

Num conjunto de 11 instituições financeiras, sete entidades reduziram a sua margem de lucro aplicado nos novos contratos à habitação, enquanto o Deutsche Bank deixou mesmo de comercializar soluções com taxa variável. O banco alemão, atualmente, apenas empresta com taxas fixas, podendo os clientes escolher entre vários prazos. Segundo o preçário do Deutsche Bank, a taxa mínima cobrada é de 1%, acrescida de um "spread" de 1,16%. 

Com as taxas de juro em níveis historicamente baixos, os bancos têm vindo a diminuir o valor dos "spreads" aplicados no crédito à habitação, com o objetivo de aumentar as receitas através de novas operações. A par destas ofertas mais competitivas, os bancos estão ainda a oferecer condições vantajosas para os clientes que mudarem o empréstimo. 

Esta aposta no financiamento de compra para a casa é visível na concessão de novo crédito. Ainda que a concessão de empréstimo para a habitação tenham baixado para 456 milhões de euros, em Outubro, um montante inferior aos 512 registados um mês antes, 2016 tem sido um ano forte para o crédito para comprar casa, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal. 

No acumulado do ano já foram financiados mais de 4,556 milhões de euros para a compra de casa, máximos de seis anos. Mas, não é apenas o crédito à habitação que tem registado uma recuperação em 2016. O crédito ao consumo continua em níveis muito elevados. 

Apenas em Outubro, as instituições financeiras concederam 511,9 milhões de euros em crédito ao consumo; com este tipo de financiamento a superar a barreira dos 500 milhões de euros pela terceira vez este ano, depois dos recordes de Março. O crédito pessoal representa 46% desse valor.

Fonte: Negócios

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