02 dezembro 2016

Casas de luxo. Estar na moda não chega!


É necessário reforçar as condições de atração dos investidores, considera Carlos Leal, diretor-geral da United Investments Portugal. Portugal está na moda! Nunca como hoje se assistiu a um interesse mediático tão profícuo sobre ‘um país’ que tem os holofotes internacionais do turismo virados para si. Este é um facto incontornável, que tem influenciado positivamente tanto o desenvolvimento da economia nacional, quanto o crescimento do mercado do turismo e do imobiliário em particular.


Alguns agentes que operam neste mercado têm, nas últimas décadas, reforçado e desenvolvido a arte de bem receber e proporcionar a investidores e clientes um serviço de elevada qualidade e experiências memoráveis. A United Investments Portugal (UIP) é um perfeito exemplo dessa evolução qualitativa. 


No entanto, é importante referir que essas ações não são suficientes para a realidade que vivemos. É primordial que os turistas e os investidores possam usufruir de condições que facilitam a sua visita e a sua permanência em Portugal. 

O regime do Residente Não-Habitual (NHR) e o Programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento, conhecido como Golden Visa, têm naturalmente desempenhado um papel importante no negócio do mercado imobiliário no país. 

Mas é de realçar que não corroboro com a ideia de que o Visto Gold é a salvação e a solução para todos os desafios e dificuldades que vivemos atualmente em Portugal, bem como não acredito num plano de negócio em que se está demasiado dependente de um só setor de mercado. 

Certamente que o Visto Gold tem sido uma medida importante para o setor, mas também podemos dizer o mesmo dos investidores dos mercados tradicionais, em particular o do Reino Unido, mas também de Portugal e outros países da Europa. 

No que respeita ao programa em si, tem proporcionado muitas vantagens e em geral é positivo, mas necessita de uma revisão urgente para que seja mais competitivo, especialmente em relação aos prazos do processo e à emissão dos vistos. É fundamental agilizar o sistema de forma a criarmos condições favoráveis para os investidores visitarem Portugal e mais importante do que isso investirem no país. 

Atualmente, o sistema de obtenção de vistos turísticos para os investidores visitarem Portugal tem certos procedimentos que agravam ainda mais a celeridade do processo e a burocracia associada à aplicação do mesmo, obrigando muitas vezes o investidor a ter de visitar Portugal várias vezes para concluir o processo. 

Isto deve-se ao facto do regime exigir marcações junto do SEF que podem demorar meses para obter, obrigando o investidor a regressar ao seu país de origem e a ter que se deslocar a Portugal novamente para concluir o processo, o que nem sempre é fácil ou conveniente. 

Os prazos do processo até à aprovação e a dificuldade de deslocação têm comprometido aquele que é, na minha opinião, um dos melhores programas de investimento em residência a nível mundial. Este bloqueio burocrático, bem como as sucessivas e constantes alterações ao regime de impostos (IMI), prejudica não só a percepção que potenciais investidores têm do nosso programa, mas também da seriedade do nosso sistema e do setor imobiliário. 

A falta de voos diretos de alguns países, como por exemplo a China, também não ajudam, levando a que muitos investidores procurem destinos alternativos de investimento, como a Espanha, a Grécia ou o Chipre, só para mencionar alguns. Este é, portanto, o momento indicado para reavaliar as potencialidades dos dois programas, com o objetivo de apoiar a coesão territorial e a dinamização de setores estratégicos como o emprego. 

O programa nacional está, por isso, a perder competividade relativamente a outros países da Europa, fruto da burocracia e das dificuldades de acesso ao país. A agravar este cenário está o novo imposto sobre património a partir dos 600 mil euros que é seguramente mais um obstáculo a ter em conta no processo de promoção do setor imobiliário a nível internacional, sobretudo para agentes que operam no mercado de luxo como é o caso da UIP. Uma situação que tem de ser corrigida urgentemente sob o risco de perdermos investimentos para outros países. 

Fonte: Público Imobiliário

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