17 novembro 2016

Estrangeiros também caçam casas no campo


Não é só Lisboa e Porto. O investimento estrangeiro em Portugal está a crescer no interior, com destaque para o Alentejo e Douro. Oportunidades não faltam, das herdades aos palácios. "Há 16 anos já se vendia muito produto rural, só que estávamos perante uma outra realidade". Primeiro a internet ganhou força, depois Portugal afirmou-se nos radares do investimento.


Na PortugalRur, os imóveis de carácter rural continuam a ser a grande fatia. Já a presença de compradores estrangeiros aumentou, protagonizando mais de metade das vendas. "Não esperava tanta procura de estrangeiros. Os franceses são os nossos principais clientes. Era muito raro fazer um negócio com um francês", exemplifica Francisco Grácio, diretor-geral e fundador da empresa.

Sem adiantar números, a garantia é de que o volume de facturação em 2016 já ultrapassou o do ano passado neste "pequeno hipermercado de imóveis". Há para todos os gostos e preços, dos 20 mil aos 55 milhões. A média dos negócios fixam-se entre os 300 e os 400 mil euros.

O foco tem estado no Norte da Europa e franceses. "Estamos a desenvolver outras estratégias para captar clientes árabes e brasileiros. O nosso cliente é cada vez mais exigente. Não basta ter a propriedade para vender, é preciso dar informação sobre a rentabilidade", conta o fundador da empresa nascida em Proença-a-Nova. Agora também com escritórios em Lisboa e no Porto, este último para fazer face também ao maior interesse no Douro Vinhateiro.

Há mais clientes a procurar propriedades para efeitos de investimento. "Preferem ter o dinheiro aplicado em terra do que no banco, dado os últimos acontecimentos. As rentabilidades são mais sólidas. Comprar um terreno dá outra confiança", garante o gestor. 

Na carteira da PortugalRur há mais de 300 herdades, a maioria no Alentejo. Nesta região há também montes que foram recuperados e convertidos em estabelecimentos de turismo rural e segunda habitação. 

"Há património que está completamente abandonado. Se não houver investimento estrangeiro, acaba por ser algo parado e não gera rentabilidade. Se têm essa possibilidade, é preferível que o façam em Portugal do que noutros países. Quando marcam visitas já sabem perfeitamente o que querem ver. Já trazem tudo organizado. É um sinal do desenvolvimento", diz. 

Muda a propriedade mas o património continua no país. Uma missão a que a PortugalRur faz questão de se associar e marcar posição: "Animaram as aldeias e o comércio local. Há um desenvolvimento destas regiões que, de outra forma, seria muito difícil. É aqui que nos distinguimos de outras mediadoras imobiliárias". 

Há sempre "cuidados" na hora de trazer os activos para o mercado, até pela sua história. "Normalmente são de famílias distintas, que não gostam que as coisas sejam divulgadas de forma massiva", exemplifica. Ainda é o "passa a palavra" a ditar muitas das angariações numa rede com 16 pessoas.

Fonte: Negócios

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