28 novembro 2016

Escassez de casas para venda e arrendamento é cada vez mais proeminente


Os resultados do RICS/PHMS de Outubro de 2016 mostram que a colocação de imóveis para venda continua a decrescer, ao contrário da procura por parte dos compradores que tem registado constantes aumentos, pressionando assim os preços das casas para níveis mais elevados. No mercado de arrendamento, a forte ausência de oferta tem assegurado que as perspetivas de subida das rendas permaneçam elevadas.


Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Quase todos os agentes mencionaram a falta de casas quer para venda quer para arrendamento. Nos últimos anos observou-se um claro decréscimo nas novas construções e, ao mesmo tempo, os novos investimentos orientaram-se essencialmente para a reabilitação e para fins não residenciais. Tal está a tornar-se um problema para as famílias que procuram uma casa compatível com as suas necessidades. Como resposta, muitas delas optaram por construir as suas próprias moradias, contribuindo para uma maior dispersão urbana.”

Começando pelo mercado de compra e venda, os agentes reportaram outro aumento da procura em Outubro, tendo esta sido sentida em cada uma das três regiões abrangidas pelo inquérito (Lisboa, Porto e Algarve). Tal fez-se acompanhar de uma nova quebra das novas intenções de venda, o terceiro mês consecutivo em que o volume das ofertas que chegam ao mercado caiu. Por agora, tal não parece estar a afetar as vendas, apontando o principal indicador para o aumento mensal mais rápido das transações desde setembro de 2015. Olhando para o futuro, os respondentes continuam a prever que as vendas aumentem no curto-prazo tendo as projeções se mantido praticamente inalteradas relativamente ao relatório anterior.

Entretanto, o desajuste entre a oferta e a procura continua a exercer uma pressão para a subida dos preços, apurando-se um saldo de 29% de respondentes que reportaram um aumento dos preços no último relatório. A juntar a isto, as previsões relativas ao aumento dos preços habitacionais têm permanecido firmemente positivas quer no curto quer no longo prazo. De acordo com os resultados dos quatro últimos inquéritos, antecipa-se que em Lisboa, nos próximos doze meses, haja espaço para uma subida elevada dos preços. Para os próximos cinco anos, os respondentes continuam a antever uma aceleração do aumento dos preços das casas, a uma taxa média de 4% ao ano.

O índice de confiança nacional (medida composta das expetativas de preços e vendas) aumentou de +30 para +33. Sendo assim, este indicador tem registado melhorias em cada um dos últimos três meses, permanecendo contudo abaixo do resultado de +42 alcançado no início deste ano.

No mercado de arrendamento, mantém-se a já bem estabelecida tendência de uma procura crescente por parte dos arrendatários contra uma decrescente oferta por parte dos proprietários. Consequentemente, as rendas subiram pelo décimo oitavo mês consecutivo. Contudo, no relatório de Outubro, observou-se uma redução significativa nas expetativas dos agentes relativas à procura no mercado de arrendamento para os próximos três meses.

Para Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “As últimas estimativas de crescimento mostram que a economia portuguesa ganhou uma dinâmica significativa durante o terceiro trimestre, expandindo-se ao rimo trimestral mais rápido dos últimos três anos. Além disso, tal foi acompanhado pela melhoria contínua do mercado de trabalho. Embora ambos os desenvolvimentos sejam um bom sinal para a procura de habitação, serão necessários ainda mais progressos para apoiar a atividade no futuro.”

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