08 outubro 2016

Comprar casa passa cada vez mais pelo online


A internet, as redes sociais e os smartphones fazem parte da vida quotidiana de todos e são cada vez mais utilizados para avaliar, decidir ou realizar uma compra, incluindo de imóveis. Também quem vende não pode contornar estas plataformas. Em média, cada um de nós gasta cerca de 50 minutos por dia a atualizar o status do Facebook, a navegar no Instagram ou a conversar no Messenger. Quase 80% do tempo gasto em redes sociais é através de equipamento móveis.


Os consumidores gastam, em média, 73,8 horas/mês em aplicações instaladas nos seus smartphones, número que cresce para 85,6 horas/mês na faixa etária 25-34 anos e 93,5 horas/mês na faixa 18-24 anos. São os dados mais recentes do próprio Facebook e da ComScore e refletem bem o impacto que as plataformas online e as redes sociais, bem como a forma como lhes acedemos, podem ter nas vendas e as razões pelas quais são cada vez mais utilizadas na comunicação com o consumidor. 


A venda de casas, ou em geral de imóveis, não pode, por isso, estar imune a estas tendências: Só nos últimos quatro anos as pesquisas no Google.com relacionadas com imobiliário cresceram 253% (dados do Realtor.org) e nos Estados Unidos, cerca de 90% dos compradores de casa pesquisam online durante o processo de compra. É preciso ter em conta que “os potenciais clientes que procuram uma casa acedem online a perfis em redes sociais e a outros dados importantes muito antes de sequer telefonarem ou enviarem um email a perguntar sobre um determinado imóvel” explicam especialistas da The Kulman Team no site especializado The Resident. Por isso mesmo, “o tempo de ficar sentado à espera de um telefonema já passou. É fulcral facilitar o acesso aos produtos”, defendem. E também para Richard Bérger, da AstralCOM, num outro site especializado em imobiliário, “para quem trabalha em marketing, faz todo o sentido perceber esse processo (de compra) e como os típicos compradores de casa estão a utilizar a internet para se relacionarem e, em última análise, decidirem, sobre a compra de uma casa”. 

Redes sociais influenciadoras na decisão

As redes sociais parecem estar entre os meios mais eficazes de abordar estes consumidores e um estudo recente produzido pelas universidades de Harvard e Nova Iorque, em parceria com o Facebook, sublinha que as decisões referentes à compra de uma casa são cada vez mais influenciadas pelo grupo de “amigos” nas redes sociais. Concretamente, este estudo concluiu que as pessoas cujos “amigos” do Facebook tiveram uma experiência positiva em termos da valorização dos seus imóveis, têm maior probabilidade de investir em imóveis no espaço de dois anos. E de acordo com os coordenadores do estudo, não se trata apenas de quer “ser igual aos outros”, já que a amostra inicial de inquiridos revelou considerar efetivamente a compra de casa com um bom investimento. “É mais provável que uma experiência coletiva numa rede social consiga mostrar-lhe que o imobiliário pode ser um bom investimento” dizem os responsáveis do estudo numa entrevista à CNBC, explicando que “essa experiência tem, contudo, que partir de pessoas em quem confiam”, já que a confiança parece ser um fator crucial nesta interpelação e especialmente tendo em conta que “o imobiliário é uma compra de grande porte”. 

E Portugal? 

São tendências globais, às quais Portugal não escapa. “Cada vez mais procuram um imóvel, as pessoas preferem utilizar estas ferramentas de pesquisa (online), pela sua simplicidade e rapidez”, começa por comentar José Farinha, do Marketing da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp. Atento à evolu- ção do impacto dos canais online na venda de imóveis, o Banco tem feito, nos últimos dois anos, uma forte aposta nestas plataformas para a dinamização comercial da sua carteira de desinvestimento imobiliário, com um balanço “claramente positivo”. “Só as plataformas móveis registaram este ano um crescimento de 30% nos downloads da App M Imóveis”, diz José Farinha, esclarecendo que o Banco pretende continuar a apostar em “soluções efetivamente úteis para o mercado, que permitam simplificar os processos de venda ou de demonstração de interesse na compra dos nossos imóveis”. As iniciativas online abrangem ambos os segmentos residencial e não residencial, mas José Farinha explica que este tipo de abordagem “é mais assertivo no mercado residencial”, onde, em geral “é mais fácil para o interessado concentrarse num conjunto de portais e fazer periodicamente as suas pesquisas”. Não obstante, “há um interesse cada vez maior por estes meios no âmbito dos segmentos não residenciais”, pese embora tratar-se de um tipo de imóvel que, pela especificidade das soluções procuradas, “tenda mais para a mediação tradicional”. Outra vantagem que reconhece na abordagem pelas plataformas online é “chegar facilmente ao mercado internacional”, aliás uma comunicação que o Banco “está muito interessado em reforçar”. Quanto ao mercado nacional, “é uma outra forma de chegar ao cliente”. Para “aproveitar todo o potencial” desta abordagem, o Banco desenvolveu várias iniciativas com recurso aos canais online, entre as quais a campanha “Faça a Sua Oferta”, lançada em inicio de 2015 e que acabou por servir de “teste a como o mercado iria reagir a este modelo de apresentação dos imóveis”. “Tratase de um modelo híbrido, onde os imóveis são colocados em mediação com um ponto de entrada inicial no portal do Banco. Nada de novo até aqui. Mas depois, o interessado avalia e volta ao portal do Banco para concretizar o seu interesse”, algo que é “inovador e tem a vantagem acrescida do processo ser totalmente transparente para todas as partes envolvidas”. O mercado tem respondido bem, já que desde que estas campanhas foram lançadas verificamos na comparação com a edição anterior uma taxa de sucesso de dois dígitos”, termina José Farinha.

Fonte: Público Imobiliário

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