13 setembro 2016

Arrendamento. Empresas querem novos edifícios


Área disponível para escritórios está desatualizada. Oferta para 2017 já está ocupada. A oferta de novos escritórios no centro das cidade de Lisboa e do Porto está a um dos níveis mais baixos de sempre. A consultora Worx lançou esta semana um apelo para a reabilitação de ativos bem posicionados que permitam corresponder à procura crescente por parte de empresas nacionais e multinacionais.


Um levantamento divulgado esta semana pela empresa dá conta que no próximo ano está prevista a entrada no mercado lisboeta de apenas 35.000 metros quadrados de espaços novos de escritórios, dos quais 30 mil situados na zona 4 (com enfoque na Avenida 24 de Julho) e 5 mil na zona (eixo Avenida da Liberdade-Saldanha). De referir que grande parte desta área já se encontra reservada e dispõe de contratos de pré-arrendamento. 

"A vacancy rate (taxa de desocupação) mantém a sua tendência de descida, situando-se atualmente nos 10,4%, valor mais baixo desde 2010. Para esta descida, que já se verifica desde 2013, muito contribuiu a ausência de oferta nova de escritórios e os níveis de ocupação verificados nas zonas emergentes (zona 3 - Praça de Espanha/2ª Circular), CBD (zona 2 - Avenidas Novas/ Amoreiras) e zona 1, que no seu conjunto representaram 69% do take-up (absorção) total", conclui-se no relatório.

Para Pedro Salema Garção, diretor da Worx, "a taxa de desocupação registada em Portugal é estrutural, pois é constituída por edifícios antigos que dificilmente serão ocupados a menos que sejam alvo de remodelação e modernização, fator que nos leva a concluir que dificilmente baixará muito dos 9%".

A zona 5 (Parque das Nações) é neste momento o local com a taxa de desocupação mais baixa, a situar-se nos 5,1%, seguida, da zona 4 (Zona Histórica/ Ribeirinha) com 6%, embora tenham registado um ligeiro aumento face ao final de 2015. "Estes níveis de desocupação podem ser explicados pela reduzida oferta nova e de qualidade mas também pelos elevados valores de ocupação que se têm registados ao longo dos últimos anos", diz o responsável. 

Já a zona 6 (Corredor Oeste que abrange o eixo da A5 onde se incluem a Quinta da Fonte Tagus Park, entre outros) sobressai com a maior taxa de desocupação nos 23,5%. "Esta situação deve se à desatualização de alguns ativos face a edifícios mais modernos e renovados noutras zonas", reforça Pedro Salema Garção. 

A retoma do mercado deu um empurrão notório nas deslocalizações das empresas. Um fenómeno que teve impacto nos níveis de arrendamento nos primeiros seis meses deste ano onde a área ocupada se situou nos 79.500 m2, sensivelmente 57% acima no período homólogo e 76% acima da média dos últimos oito anos. 

Neste primeiro semestre a zona que se apresentou mais dinâmica foi a zona 3 (zonas emergentes) com 22.939 m2 colocados, contribuindo para esse efeito duas das maiores transações do semestre, nomeadamente a mudança de edifício da empresa de trabalho temporário Manpower para as Torres de Lisboa, com um área total de 7.887 m2 e a mudança também para as Torres de Lisboa do grupo editorial Global Media para urna área total de 5.137 m2, após a desocupação do histórico edifício do "Diário de Notícias" vendido a investidor estramgeiro.

Fonte: Expresso

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