10 agosto 2016

Brexit acelera procura por imóveis portugueses


A procura é feita sobretudo no Algarve, protagonizada por particulares. Os britânicos vêem em Portugal uma forma de não perder dinheiro com o Brexit: com a valorização do imóvel e do próprio euro.


Os clientes estrangeiros tendem a pesar entre 15% e 20% das vendas das imobiliárias lusas. Os franceses assumiram a liderança este ano e atiraram os britânicos para a segunda posição.Agora, a votação pela saída do Reino Unido da União Europeia - conhecida como Brexit - está a "agitar" o mercado imobiliário nacional. "O Brexit até acelerou uma procura adicionai dos ingleses", admite Miguel Poisson da Era Imobiliária.
Há mais procura por propriedades à venda e perguntas sobre os vistos "gold", já que a saída do espaço comunitário poderá obrigar os britânicos a recorrer a este regime de benefícios. Actualmente, acedem ao regime fiscal para o residente não habitual, destinado a cidadãos da União Europeia.
Perante a desvalorização da libra face ao euro, a intenção britânica é a de comprar o mais rapidamente possível. Só assim serão possíveis, mais tarde retornos maiores: pela valorização do activo em si e pela valorização do euro face à libra na hora de fazê-lo voltar ao mercado.
O diretor-geral da Era especifica que são sobretudo investidores privados quem procura, com 90% do interesse demonstrado no Algarve.
Mas há empresas que estão também a analisar o mercado luso. "Algumas sedes de empresas do Reino Unido poderão vir para a Zona Euro", lembra o gestor. Aí Lisboa pode ficar a ganhar: pela sua posição, com ligações ao Norte de África e ao outro lado do Atlântico.

"Que existe este nervosismo, existe. As pessoas não estão paradas", garante Poisson. Já o líder da Century 21, Ricardo Sousa assegura não sentir "nenhum tipo de alteração significativa" na procura devido ao Brexit.

"Portugal cada vez menos depende de uma nacionalidade, apesar do destaque francês, acrescenta. Todavia, a Century 21 está a acompanhar "com muita atenção" a evolução do mercado britânico.

Certo é que o maior interesse dos estrangeiros - aliado à falta de rentabilidade dos produtos financeiros e confiança na banca - está a fazer vários empresários nacionais virarem-se para a mediação imobiliária e para a compra de ativos, com o intuito de alienarem-nos mais tarde a estes compradores.

Fonte: Negócios

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