06 julho 2016

Turismo residencial assume caráter estrutural no desenvolvimento da região


Segmento estabiliza procura e reduz sazonalidade regional. Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, refere que a diversidade de oferta acentua-se, tal como a procura pelo turismo de natureza. O turismo residencial apresenta-se como um segmento de mercado “com um potencial acrescido” no Algarve, “face ao interesse pelo destino de novos mercados de procura”. Segundo Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, “este segmento de turismo tem um impacto positivo cada vez mais acentuado no crescimento da atividade dos destinos turísticos”.

Na sua opinião, “o turismo residencial assume um carácter estrutural para o destino, ao estabilizar a procura relativamente aos altos e baixos da atividade turística junto da oferta tradicional”.
Por outro lado, trata-se de “um segmento essencial no que toca ao combate da sazonalidade e possui um impacto muito direto na economia local e regional”, ao “valorizar ao longo de maior parte do ano as infraestruturas turísticas, como o golfe, as atividades adjacentes e os serviços que este tipo de ‘novos residentes’ necessita na sua permanência na região”.

A diversidade paisagística da região entre a serra e o litoral é uma das grandes vantagens do Algarve, considera. “A qualidade e diversidade do imobiliário existente, boas acessibilidades e serviços, a par do ambiente e da gastronomia”, aportam mais-valias que abrem “janelas de oportunidades de negócio”. Assim, refere, “nos primeiros meses deste ano e antes da abertura da época balnear, houve mais 500 mil dormidas, segundo as estatísticas oficiais”.

A experiência na Garvetur mostra que “uma das vantagens do destino Algarve é precisamente a diversidade da procura”, aponta Reinaldo Teixeira. “Há clientes para o segmento de luxo, em empreendimentos como Vilamoura, para a oferta de cidade impulsionada pela recuperação urbana nos centros históricos de Faro, Lagos ou Tavira. Outras localidades oferecem um portefólio que atrai pela proximidade do litoral e pela animação, como é o caso de Portimão e Albufeira”.

Procura nacional em alta

Este operador aponta “uma nova tendência que tem vindo a consolidar-se e diz respeito à procura em zonas ambientalmente preservadas e no interior, pela procura associada ao turismo de natureza”. Por outro lado, “os preços mantêm-se competitivos e o turismo residencial está a animar o mercado” devido “ao aumento das vendas de casas a estrangeiros”. Esta “conjuntura favorável está a incentivar os planos de expansão de alguns dos resorts”.

Reinaldo Teixeira destaca duas grandes tendências da região “após o início da retoma a partir de 2013”: Por um lado, “o mercado de procura dos séniores, de diversas nacionalidades, com especial incidência nos franceses, mas abrangendo americanos e aumento dos britânicos”. 

Por outro, “tem havido igualmente muita procura por parte de fundos de investimento direcionados para propriedades comerciais e empreendimentos de maior valor acrescentado”.

O chamado “triangulo dourado do golfe” no litoral do concelho de Loulé é um dos destinos mais cotados, mas há importantes investimentos noutras localidades, como Albufeira, refere.

O portefólio da Garvetur “permite responder a esta procura mais transversal na indústria turística e residencial não se concentrando num estrato específico, o que confere à empresa maior robustez e potencial de evolução”.

E se “a legislação fiscal favorável foi importante para alavancar o setor”, regista-se igualmente “uma crescente procura do mercado nacional, cuja quota aumentou, em termos homólogos, cerca de 30%, nos últimos três anos”.
Porto e Lisboa reforçam oferta

O Algarve “surge como o mercado com mais potencial de valorização nos próximos tempos pois é na região que a diferença de preços entre a gama de produtos “alta” e “média alta” é menos expressiva”, assegura. “Esta procura mais transversal dos diversos segmentos do mercado, ao não ser tão concentrada num segmento específico, é um indicador de maior potencial de crescimento”.
Aliás, Reinaldo Teixeira afirma que “a forte penalização que o mercado de segunda habitação e turismo residencial sofreu durante a crise” transformou-se “numa vantagem, permitindo perspetivar a região como o mercado com maior índice de recuperação, beneficiando de uma procura internacional muito variada”.

O Algarve “continua a concentrar o maior número de empreendimentos turísticos do país com uma quota de 23%”, que “se torna ainda mais expressiva quanto às unidades de alojamento” (32%). Em 2015, “a região registou uma taxa de ocupação média de 61,8% e um preço médio por quarto de 56,7 euros”.

Em paralelo, “a maior visibilidade do turismo em Lisboa e no Porto é um fator complementar do desenvolvimento da atividade turística nacional”.
Hoje, a região deve adaptar-se “a novas realidades não só económicas, mas igualmente no tecido social e nos mercados”. Os principais desafios com que o Algarve se depara incluem “a necessidade de, numa lógica de crescimento sustentável, repensar o modelo de negócio, antecipando as competências necessárias para se adaptar às profundas alterações dos mercados de procura”.

Entre estas estão “acelerar o processo de inovação e diferenciação de produtos e serviços”, “simplificar processos” e “criar recursos para comunicar com o investidor no momento e local de decisão de compra”, bem como a adoção de “políticas fiscais atrativas, aliadas a campanhas de promoção direcionada e agressiva junto dos mercados emissores”.

Fonte: Público

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