13 julho 2016

Mais de metade das casas de luxo vendidas em Lisboa são na Baixa e Parque das Nações


Em conjunto, estas duas zonas concentram mais de 50% das vendas das casas de luxo em Lisboa, mostram dados do 1º trimestre de 2016 avançados pela Confidencial Imobiliário. O segmento de habitação de gama alta, onde os preços valorizarem 23% nos últimos dois anos, continua a mostrar-se dinâmico em Lisboa, conforme mostram os dados do 1º trimestre de 2016 do SIR-95, um subsistema do SIR (Sistema de Informação Residencial) focado na gama alta do mercado residencial, avançados pela Confidencial Imobiliário.


De acordo com estas estatísticas, que medem o pulso do mercado residencial, monitorizando transações realizadas e preços reais, as zonas da Baixa – que integra as freguesias da Misericórdia, Santo António e Santa Maria Maior – e do Parque das Nações concentraram, em conjunto, mais de metade (mais concretamente 54%) do total das vendas de casas de luxo em Lisboa nos primeiros três meses do ano. Também de forma desagregada, as quatro freguesias lideraram neste período as vendas no segmento de gama alta, com pesos que variam entre 12% e 15% do total das transações registadas pela pool de empresas que integra o SIR em Lisboa. Estes resultados dão continuidade à tendência registada nos últimos dois anos (2014 e 2015), em que as duas zonas pesaram cerca de 45% no total de vendas de casas de luxo registadas em Lisboa. 


Nestas zonas estão também as casas de luxo com preços médios mais elevados, nomeadamente nas freguesias de Santo António e da Misericórdia, que integram, respetivamente as áreas da avenida da Liberdade e do Chiado. Durante o 1º trimestre de 2016, as casas de gama alta na freguesia de Santo António foram vendidas, em média, a 4.604 €/m2, sendo este o valor de venda mais elevado registado no mercado da capital para este segmento nos primeiros três meses do ano. Ainda acima dos 4.000 € por metro quadrado estava também a freguesia da Misericórdia, onde os preços médios ascenderam no trimestre a 4.467 €/m2. No Parque das Nações e na freguesia de Santa Maria Maior (que abarca o Centro Histórico de Lisboa, incluindo as ruas Augusta, do Ouro e da Prata), os preços médios de venda das casas de luxo superaram em ambos os casos os 3.725 €/m2. Entre estas duas freguesias e as que se apresentam como mais caras do segmento no 1º trimestre deste ano, incluem-se ainda as Avenidas Novas (com um preço médio de venda de 3.979 euros/m2), Arroios (3.943 €/m2) e São Vicente (3.832 €/m2), com pesos nas vendas totais, em termos de unidades transacionadas, a oscilar entre 2% e 9%. 

Reabilitação gera oferta 

De notar será ainda o forte movimento de reabilitação urbana que estas zonas centrais e históricas de Lisboa têm vindo a sentir nos últimos anos, o qual é responsável pelo surgimento de grande parte da nova oferta residencial posicionada para o mercado de luxo. Para a JLL, no seu estudo “Mercado Residencial – Dinâmica Inigualável”, zonas como a avenida da Liberdade, Baixa e Chiado “são destinos onde até há alguns anos era difícil adquirir casa com condições de qualidade, conforto e comodidade dos dias de hoje”, mas que “são as que atualmente concentram maior procura e também os preços mais elevados da cidade”, concluindo ainda que grande parte da nova oferta que surge hoje em Lisboa é direcionada precisamente ao segmento médio-alto e alto do mercado, com preços de oferta que oscilam entre os 3.000 e os 9.000 € por metro quadrado. Também a Prime Yield realizou um estudo sobre o mercado residencial resultante de reabilitação em Lisboa, igualmente apurando que a maioria dos projetos analisados – no total de 775 apartamentos em desenvolvimento - se dirigem aos segmentos médio-alto e alto. Este research mostra também que as zona da Baixa/Chiado e Avenida da Liberdade apresentam o valor médio de oferta mais elevado para este tipo de produtos em Lisboa, em torno dos 6.089 euros/m2. Aliás, de acordo com o estudo da Prime Yield, “este valor está entre 18% e 38% acima dos valores médios de oferta apresentados noutras zonas da cidade para o mesmo tipo de produto”. 

Centro valorizado mais ainda abaixo de outras capitais

Esta tendência de maior valorização das casas no centro de Lisboa é, segundo a JLL, uma realidade das grandes capitais europeias, o que permite alinhar a cidade portuguesa com as suas congéneres, conferindo-lhe, contudo, um fator adicional de atratividade. É que “os valores praticados nas zonas prime estão ainda abaixo de muitos dos que são observados em cidades congéneres”, refere-se no documento, que sublinha ainda que os valores prime em Lisboa podem os 10.000 €/m2.

Fonte: Público Imobiliário

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