04 maio 2016

Tendência de investimento deverá manter-se muito positiva este ano


O ano 2016 deverá manter a tendência de investimento, fortemente positivo, a avaliar pelo número de imóveis que se encontram atualmente no mercado, em particular portefólios de grande dimensão, em conjunto com o interesse já revelado por parte de diversos investidores. De acordo, com o estudo Análise do Mercado Imobiliário em Portugal, elaborado pela CBRE, "de facto, Portugal continua a apresentar yields muito atrativas, nomeadamente quando comparado com outros mercados da Europa Ocidental.


 Paralelamente, as projeções de manutenção do crescimento económico e um mercado de arrendamento em recuperação asseguram a segurança dos investimentos". Assim, a CBRE prevê a manutenção da contração das yields, nomeadamente em bons ativos secundários, refletindo o alargamento do espetro da procura. 

No que concerne aos investidores, antecipam-se alterações na origem do capital, sendo expetável um fortalecimento do investimento europeu e asiático, em detrimento do norte-americano. Simultaneamente, destaca a consultora, "deverão denotar-se mudanças no perfil dos investidores, com um aumento de investidores de baixo risco, atraídos pelas expetativas de recuperação económica e rentabilidades acima da média europeia, e a continuidade do investimento oportunístico, em produto de elevado risco proveniente, na sua maioria, do sistema bancário". 

No mercado de reabilitação urbana prevê-se um incremento na dinâmica verificada em 2015, derivado da venda de alguns portefólios de imóveis. Contudo, relativamente aos preços destes produtos, a CBRE prevê uma estabilização, condicionada por uma já reduzida elasticidade do valor de venda do produto final. 

Volume recorde em 2015

O investimento no mercado imobiliário português alcançou um volume de negócios de 2.100 milhões de euros em 2015, um valor histórico que posiciona este como o melhor ano de sempre. A CBRE destaca que o montante investido o ano passado representou um crescimento de 139% em relação ao período homólogo e de 47% relativamente ao anterior pico de mercado em 2007.

Ao longo de 2015, o investimento estrangeiro afirmou-se com total primazia, com uma quota de 91% e um total de 1.900 milhões de euros. Destaque para os 58% de capital proveniente da América do Norte, seguido de 27% do continente europeu. Relativamente ao investimento europeu, evidencia-se a Alemanha, com uma quota de 38% neste continente, e o segundo maior mercado de origem de investimento. 

O setor que deteve maior procura no total do ano, e que, simultaneamente, protagonizou o maior número de negócios foi o de retalho, com um volume de investimento de 1.200 milhões euros e uma quota de 57%, notando um crescimento de 117% do capital investido em 2014. Do montante total realizado em 2015 na área de retalho, 68% correspondeu a transações de centros comerciais.

Os negócios que se destacaram, no segundo semestre, foram a venda dos três centros comerciais da insígnia Dolce Vita, em Coimbra, Porto e Vila Real, ao Deutsche Bank. É também de notar diversos investimentos em supermercados e lojas de rua, à semelhança do que se verificou no ano anterior. 

A maior transação de um só ativo realizou-se, também no segundo semestre, no setor dos escritórios, com a venda da Torre Ocidente do Colombo, pelo consórcio constituído pelo grupo CGD, lberdrola Inmobiliária, CBRE Global Investors e Sonae Sierra, a um fundode Singapura. O ínvestimento imobiliário no setor dos escritórios foi o que registou um maior crescimento no segundo semestre de 2015. Deste modo, o ano de 2015 afigurou-se igualmente como o de maior investimento em ativos de escritórios, com 20 transações e um volume de aproximadamente 500 milhões euros, registando um acréscimo de 152% face ao período homologo.

Outro dos setores em destaque em 2015 foi o de armazéns e logistica, com um crescimento de 33% face a 2014. A atividade no setor logístico neste período derivou, em particular, da compra de diversos ativos por parte do equity fund Logicor/Blackstone. O fundo consolida, assim, a sua presença no mercado português, no seguimento da aquisição efetuada no final de 2014, e afirma-se corno o maior proprietário de armazéns logísticos na Grande Lisboa. 

A CBRE destaca ainda o setor hoteleiro que também se destacou em 2015 com um volume total de investimento a ascender os 230 milhões de euros, correspondendo a uma quota de 11% do investimento. Esta tipologia de ativos tinha, até à data, pouca expressão no mercado de.investimento nacional, quer pela reduzida presença de operadores internacionais, quer por um maior peso de contratos de gestão face à opção de arrendamento, fatores que tornam este setor menos atrativo relativamente a outras opções de investimento em imobiliário comercial.

Fonte: Vida Económica

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