01 maio 2015

Herdade dos Salgados retoma venda de imobiliário


Os últimos 126 apartamentos da urbanização Vila das Lagoas estão para venda nos Salgados desde €240 mil. Na nova fase do complexo com 3 mil camas que saiu da insolvência, esta é uma "boa ocasião" para vender o que resta de imobiliário. As verdejantes palmeiras que dão vida à Herdade dos Salgados (12 mil ao todo) são um sinal visível da recuperação que teve lugar no empreendimento perto de Armação de Pera que protagonizou a maior insolvência turística em Portugal, ligada ao anterior proprietário, Carlos Saraiva. 

Agora detida pelo fundo da ECS e a operar sob a marca Nau, a Herdade dos Salgados, onde é tudo em ponto grande (3 mil camas, 42 piscinas, 250 hectares de área) voltou aos bons tempos, beneficiando da espiral de crescimento que o turismo vive em Portugal. 

"Estamos satisfeitos com o primeiro ano completo de operação, mas há lugar a melhoria contínua", refere fonte oficial da ECS Capital sobre os resultados alcançados. Em 2014 a reservas de 2015 já evidenciam nesta altura aumentos de 40%. "Entrámos no mercado em meados de 2013 com um grande stock de alojamento e fizemos um grande esforço para nos afirmarmos. Não foi só repor um hotel, mas dez", lembra Mário Ferreira, administrador-executivo da Herdade dos Salgados. "Estamos hoje com toda a operação estabilizada e entendemos que é uma boa ocasião para começar nos Salgados o processo de venda de apartamentos, que desde o início do projeto foram concebidos para serem vendidos."

Segundo Mário Ferreira, "nota-se uma retoma imobiliária no Algarve, aparentemente o fim da crise nos países europeus tem-se traduzido no regresso de investidores britânicos e irlandeses. E há procura de franceses devido às condições fiscais, além de portugueses, no argumento que as suas poupanças na banca são mal remuneradas". 

As vendas de imobiliário relançadas nos Salgados referem-se aos últimos 126 apartamentos dispersos por 18 edifícios da urbanização Vila das Lagoas, um condomínio com 397 apartamentos, na sua maioria já de proprietários privados antes da insolvência do complexo. "Foi a parte que não conseguimos vender. Para não ficarem parados, recuperámos os apartamentos e pusemo-los em exploração turística como alojamento local", explica Mário Ferreira, referindo haver um "elevado interesse de investidores estrangeiros, mas também portugueses", por estes apartamentos T2 e T3 "que estão ao redor de sete piscinas, jardins e com edifício de serviços", a preços entre €240 mil e €390 mil. "Não temos pressa para os vender ao desbarato, queremos vendê-los ao preço justo", frisa. 

Construção de 4 mil novas camas em análise

Após a venda dos últimos apartamentos, "fica totalmente concluído o projeto de urbanização da Herdade dos Salgados". Mas em outros ativos do Algarve do ex-grupo CS "pode haver lugar a construção nova se o mercado continuar a evoluir favoravelmente e houver uma retoma consistente", adianta Mário Ferreira, referindo que no Morgado do Reguengo, herdade com 1.000 hectares em Portimão, "temos capacidade de construção nova que supera as 4 mil camas", mas frisa não haver ainda data para avançar com o projeto.

O imobiliário, que fez cair tantos projetos turísticos, está a voltar a primeiro plano. "Prevê-se uma retoma, mas em circunstâncias diferentes das que provocaram a bolha imobiliária", clarifica Mário Ferreira, frisando que "agora os compradores são mais racionais, não há tanta especulação, e é isto que vai marcar a nova fase".

Fonte: Expresso

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