09 abril 2014

Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal


Com 80% dos vistos Gold atribuídos, os investidores chineses têm sido os mais dinâmicos nas compras de imobiliário para este fim e uma nova vaga de investimento poderá estar a caminho.
A decisão do Governo do Canadá em suspender o sistema semelhante ao visto gold português, poderá fazer o investimento chinês alterar a rota para Portugal. Mais de 40 mil cidadãos chineses que se tinham candidatado a este regime naquele país, viram essa pretensão ser recusada com a suspensão deste sistema, e essa “onda“ de investimento poderá vir para Portugal, de acordo com alguns especialistas. 

Para Sérgio Martins Alves, secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) num Almoço organizado pela Vida Imobiliária em janeiro, “o investimento chinês é um fenómeno muito mais duradouro do que poderíamos inicialmente supor”, além de que “parte destes cidadãos chineses que chegam a Portugal pela via da compra do imobiliário, deverá mesmo vir a tornar-se um pequeno investidor no nosso país”. Dando uma ideia da dimensão deste interesse, o responsável da CCILC adiantava, neste evento, que “logo no início do programa, fomos contactados por uma agência de emigração chinesa que estimava trazer cerca de 1.000 milhões de euros de investimento para Portugal por via do Golden Visa no curto a médio-prazo”. 

Por isso mesmo, e considerando também “a enorme dimensão “ de capital disponível na China, Sérgio Martins Alves considera que os 400 vistos que se tinha atingido ao final de um ano de programa “não é nada, comparativamente ao peso que este tipo de investimento pode atingir”. Estes números já evoluíram de forma dinâmica, e de acordo com a última contagem disponível, o Governo Português tinha atribuído, até 19 de março, mais de 600 vistos a chineses, uma nacionalidade que pesa já 80% no total dos 772 golden visa concedidos em Portugal desde início de 2013.

O imobiliário tem sido o meio preferencial para os cidadãos chineses obterem este visto, mas não parece ser encarado com um mero meio para um fim. “Este tipo de investidor mostra algumas cautelas”, explica Rui Pereira da Silva Administrador da Cobertura, revelando que “preferem imóveis bem localizados, facilmente arrendáveis e preferencialmente cujo valor possa manter-se ou até valorizar ao longo do tempo”. Já Beatriz Rubio, CEO da REMAX Portugal, explica que os compradores asiáticos, em geral, “têm o espírito de negociante. Não compram por comprar. Compram também numa perspetiva de obter rendimento” e Lisboa já não é o único destino deste investimento “Outras cidades, como Leiria, já registam compras deste género.

Como é mais difícil adquirir um imóvel pelo preço necessário (500 mil euros), o que acontece é que muitas vezes compram um prédio inteiro, reservando um ou dois apartamentos para seu uso e colocando os restantes no mercado de arrendamento, como forma de obter rendimento”, nota aquela profissional.

E apesar de os compradores de origem chinesa serem os mais dinâmicos, de longe, nestas compras para efeitos dos vistos Gold, ”outras nacionalidades como sul-africanos, angolanos e alguns cidadãos de países do Médio Oriente têm concretizado compras de imóveis com este objetivo”, refere Rafael Ascenso, Diretor Geral da Porta da Frente /Christie’s ao Público Imobiliário. Este responsável revela ainda que “temos vendido bastante a brasileiros” e embora não seja o objetivo principal, muitos destes compradores têm aproveitado para requerer o Golden Visa”.
Fonte: Público

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